Pedro Marinho conta a sua segunda história na Polícia Civil

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Na gestão de Jerônimo Santana, eu mais uma vez me encontrava como Diretor de Polícia Metropolitana e naquela ocasião, tentando minimizar a violência nos bairros realizava todos os finais de semana a ‘Operação Sossega Bairro’, que envolvia cerca de quatro delegados e quarenta policiais.

Numa dessas noites, o delgado Antonio Sobral, numa busca na Boate Hollywood, mandou acender as luminárias e apagar o som, determinando então que todos se voltassem para as paredes para a devida revista e identificação, quando então surgiu uma figura se dizendo autoridade, pois era assessor de um vereador da Câmara Municipal de Porto Velho, tentando conturbar o bom andamento dos trabalhos com o dedo em riste e falando alto, contra a equipe de policiais, quando então o delegado Sobral, resolveu conduzir o atrevido até a viatura policial e o enfiou dentro do camburão no meio de outros que já estavam ali.

Logo em seguida, os policiais que participavam dessa operação, foram surpreendidos com outra pessoa que se dizendo vereador – que deixo de revelar aqui o nome para evitar constrangimentos a sua família – que também se encontrava se divertindo na citada boate, que resolveu intervir na detenção do seu assessor e grosseiramente se dirigiu ao delegado, dizendo que se fosse para levar seu assessor, teria que levar ele também, ocasião em que o delegado Sobral não pestanejou e aproveitando a deixa o enfiou também no interior do cheio e fétido camburão.

Momentos depois eu que me encontrava com outro grupo num dos bairros da cidade, fui acionado pelo delegado Sobral, via rádio, para retornar urgente para a Central de Polícia para resolver um grave problema.

Ao estacionar a viatura defronte o prédio, o delegado Sobral se aproximou e me disse que tinha um grande um abacaxi para eu descascar e que iria abrir o camburão, quando então verifiquei ali bem apertados, o vereador e o seu assessor, que se apresentaram bem revoltados com o delegado e os agentes, quando então, para prestigiar o trabalho da equipe, renovei a ordem de prisão em flagrante delito, pelos crimes de desacato e obstrução do trabalho policial e encaminhei ambos para o plantão de polícia, para as devidas providencias.

A partir desse instante, além de alguns advogados, choveram pedidos de diversas personalidades do Estado, que telefonavam ou vinham pessoalmente a Central de Polícia, pedir pelo vereador e seu assessor e eu para não desautorizar o delegado e os policiais, entendi que não deveria atender os apelos e dispensando o delegado de plantão que era um novato, para assim não o comprometer, resolvi presidir o flagrante, que entrou pela madrugada adentro, encerrando tal trabalho no amanhecer do domingo.

Naquela manhã, os advogados do vereador, ainda vieram me solicitar que não liberasse a citada ocorrência para a sala de imprensa, evitando assim que tal episódio se transformasse em noticia de jornal, quando então fiz ver aos mesmos, que não seria eu que iria boicotar o trabalho dos jornalistas e que tal ocorrência seria normalmente liberada junto com as outras, mas eu os deixaria a vontade para lá na sala de imprensa, convencerem os profissionais a não divulgar a prisão, para assim evitar constrangimento para o vereador, principalmente junto a sua família, já que o mesmo havia sido preso num local pouco recomendável.

Como era inda muito cedo, esperei um pouco para telefonar para o então secretário de Segurança Pública Euripedes Miranda, lhe informando sobre o fato, pois certamente o governador Jerônimo Santana, seria procurado por outras pessoas, para Le informar sobre a prisão desse vereador, quando então o secretário Miranda me informou que iria telefonar para o governador e em seguida me telefonaria.

Momentos depois o secretário retornou a ligação e informou que havia falado com o governador, tendo o mesmo lhe indagado se o delegado teria cumprido as formalidades legais, ou seja, feito o flagrante e recebendo como resposta que sim, o governador enviou para mim e para a equipe os parabéns, dizendo ao secretário Miranda, que se eu tivesse deixando de lavrar o flagrante, estaria em maus lençóis, pois àquela hora da manhã, ele já teria recebido diversos telefonemas de pessoas do meio político, solicitando a apuração dos fatos e conseqüente punição de todos os policiais envolvidos.

Tal narrativa serve acima de tudo, para deixar claro que é sempre bom a gente cumprir as nossas obrigações profissionais e também para demonstrar que ninguém está acima da lei e que os agentes públicos, delegados, policiais ou quaisquer outros servidores, não podem e não devem deixar de exercer o seu mister, em razão de pseudas importâncias de certas pessoas e muito menos prevaricar para assim atender pedidos de terceiros, pois ao final ele o servidor, poderá pagar um preço muito alto e ainda penalizar outros servidores da equipe e que não tinham nenhum poder de decisão no episódio, como nesse caso ora narrado.

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