Perito Carlos Lourenço Crescente – Os assassinatos num quartel do Exército em Guajará-Mirim/RO.

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No dia 3 de dezembro de 1982 o soldado antigo ou soldado engajado, ou seja, aqueles que ficam incorporados por oito anos no Exército, Luis Holanda da Silva, servindo no 17º Batalhão de Infantaria e Selva na cidade de Guajará-Mirim Rondônia, que tinha como comandante o Coronel Clovis Álvares Danesi, surpreendendo a todos, logo nas primeiras horas da manhã 7 horas, o citado soldado, de posse de um Fal – fuzil automático leve – sem nenhuma discussão passou a disparar contra o capitão Estevão dos Santos Carlos, que se encontrava reunido no pátio com alguns subordinados.

Tais disparos atingiram também o 2ª Tenente Ricardo Cantão Marinho, Sargento Jairo de Canaã Cony. No momento do ataque do militar ensandecido, um sentinela, cujo nome não foi revelado, vendo que poderia morrer muita gente, disparou contra o criminoso que ficou gravemente ferido.

No mesmo dia por recomendação do Secretário de Segurança Pública, Hélio Maximo, o diretor do Instituto de Criminalística Francisco Ribeiro Lima, determinou a minha ida com uma equipe, para aquela unidade militar para periciar o local palco dos acontecimentos.

Ali, com os locais devidamente marcados e preservados, pois os corpos haviam sido retirados, alguns para tentar salvar no Pronto Socorro, fizemos com os devidos cuidados a pericia, considerando que se tratava de um triste acontecimento de repercussão nacional e até internacional.  

Ali os policiais da Delegacia de Guajará-Mirim, apuraram que todo atrito entre o soldado Luis Holanda e o Capitão Estevão ocorreram em razão de o capitão ter proibido o mesmo de freqüentar a sala de refeições dos oficiais, o que deixou o soldado muito revoltado, ensejando o infausto evento criminoso onde perderam as vidas quatro militares.  

Os corpos foram todos velados na Igreja Nossa Senhora dos Seringueiros, sendo  três deles levados para fora do Estado de Rondônia para seus Estados de origem, sendo sepultado em Guajará-Mirim, apenas o soldado Luis Holanda da Silva. 

Com toda certeza em toda minha carreira, foi um pericia muito importante e acima de tudo muito triste, pois envolveram as mortes de quatro militares, inclusive pessoas inocentes, num momento de total insanidade do atirador que não mediu as conseqüências do seu transloucado ato. Que Deus os tenha recebido e perdoado o causador de tudo.

 

2 respostas

  1. Na época dos fatos estava me apresentando para exames de seleção a prestação do serviço militar obrigatório.
    A unidade militar se chamava 6° Batalhão Especial de Fronteira.
    O Soldado Holanda efetuou os disparos em decorrência do Capitão Estevão ter “segurado” as dívisas de Cabo do Soldado Holanda, direito adquirido, e nao por proibição do mesmo frequentar o Cassiano de oficiais.

  2. HISTÓRICO DO 6º BIS

    6º Batalhão de Infantaria de Selva teve origem no Contingente Especial de Fronteira, criado por determinação do Ministério da Guerra, em vinte e três de setembro de mil novecentos e trinta e dois, com efetivo de trinta e três praças, ficando subordinado à Inspetoria de Fronteira Madeira Mamoré, sediada em Porto Velho. Em vinte e dois de novembro do mesmo ano, o grupamento se instalou efetivamente na cidade sob o comando do segundo Tenente Raimundo Zeno Ferreira.

    Em dez de novembro de mil novecentos e trinta e cinco transfere-se para instalações próprias, onde hoje funciona o Círculo Militar Boinas Rajadas.

     

    Em trinta de março de mil novecentos e cinqüenta e cinco, é transformado em Sexta Companhia Especial de Fronteira, até que em mil novecentos e cinqüenta e sete passa a ocupar suas atuais instalações.

    Foi transformado em trinta e um de março de mil novecentos e setenta e sete em 6º Batalhão Especial de Fronteira, sendo que em dezenove de maio de mil novecentos e noventa e dois passou a ser denominado Comando de Fronteira Rondônia e Sexto Batalhão de Infantaria de Selva.

    Em dezenove de setembro de mil novecentos e noventa e sete, recebeu o Estandarte e a designação histórica de “Batalhão Forte Príncipe da Beira”, conforme publicado no Boletim do Exército da mesma data, e publicado no Boletim Interno do Sexto BIS em treze de outubro de mil novecentos e noventa e sete.

    O 6º Batalhão de Infantaria de Selva é constituído pelo Estado-Maior, uma Companhia de Comando e Apoio, duas Companhias de Fuzileiros de Selva e uma Base Administrativa, além do Primeiro Pelotão de Fuzileiros de Selva Destacado no Forte Príncipe da Beira, na Cidade de Costa Marques.

    Atualmente o Comando de Fronteira – Rondônia / 6º Batalhão de Infantaria de Selva é comandado pelo Senhor Tenente Coronel Inf LERICHE ALBUQUERQUE

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