Walderedo – Pedro Marinho conta mais uma história da PC

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Walderedo e o valentão do bar que desafiava a Polícia

 

No início da década de 80, a nossa policia passava por muitas transformações com a contratação de novos policiais e delegados graduados em Direito, pois com o advento do garimpo estavam chegando muitos garimpeiros e dentre esses que buscavam melhoras para as suas vidas, vinha também muitos indivíduos de má índole, muitos deles até procurados pelas polícias de outros Estados da Federação.

No interior do nosso Estado, a carência de efetivo policial era muito maior, o que gerava muita desordem e aumento da violência, inclusive com a frequencia de muitos crimes de pistolagem em questão de brigas por terras, com a ação de pistoleiros nos municípios como Jaru, Ouro Preto e Ji-Paraná ou seja,  praticamente em todo Estado.

Naquela oportunidade, foram trazidos do Estado da Paraíba, cerca de vinte bacharéis em Direito, dentre eles Walderedo Paiva dos Santos, halterofilista e eleito Mister Paraíba, um homenzarrão com cerca de 1,85 m, 110 quilos, que pela sua aparência inglesa – que lhe rendeu uma participação no filme ‘Menino de Engenho’ – com  seus olhos azuis chamava a atenção de todos, pois o seu biótipo era bem diferente daqueles da nossa região e ele Walderedo pela sua força física, logo foi apelidado de ‘Mão de onça’, cujo apelido foi dado pelo repórter policial Dalton Di Franco, depois de receber dele um aperto de mão de esmagar os ossos.

Certa feita vez ao chegar numa dessas cidades, o delegado Walderedo Paiva num jipe Gurgel e na companhia de dois policiais foi recebido pelo colega titular e em dado momento eis que entram esbaforidos no gabinete dois policiais lotados ali e logo se dirigem ao titular: Doutor, ta difícil o valentão tá desafiando todo mundo lá no bar, não respeitou os militares chamando os mesmos de meganhas e muito menos a nós, ele está com uma faca encostado na parede, desafiando a todos, o jeito vai ser atirar nele.

Walderedo ao ouvir aquele relato, entendeu como uma grande falta de respeito com  a polícia e ato continuo, considerando o pequeno efetivo da delegacia,  falou para o delegado me apontem o local, pois vou dar um jeito nesse valente e seguiu para o bar. Descendo do carro, com certa dificuldade em razão da sua altura e deixando a porta do Gurgel totalmente aberta, Walderedo parou na porta do bar gritou: ” Seu Cabra de peia, seu fdp, tá vendo aquele carro ali parado, sem um pio embarque nele agora, pois quem está mandando sou eu, Walderedo Paiva dos Santos”.

O então valentão olhou de alto a baixo para Walderedo e claro,  temeroso da estampa do delegado e para preservar a sua integridade física, com um sorriso amarelo nos lábios, colocou a faca sobre uma mesa, olhou para os policiais que antes ele havia desafiado e disse: “Com vocês eu jamais iria, mas com esse homem super educado, eu vou tranquilamente”.

De cabeça baixa então caminhou em direção a porta e passando rente a Walderedo, que tomava mais da metade do caminho,  retirou o chapéu, levantou os olhos e respeitosamente cumprimentou Walderedo, seguindo então sozinho para a viatura, quando então Walderedo foi  efusivamente aplaudido pelos curiosos que cercavam o bar e ele o desordeiro vaiado.

No ano de 1982 Walderedo, com o apoio da categoria e de muitos admiradores junto à população, foi eleito deputado estadual constituinte e foi ainda várias vezes secretário da Segurança e Secretário de Justiça. Walderedo já aposentado como delegado de polícia faleceu na sua terra natal João Pessoa-PB.

 

Voltaremos com outras notícias, pois a idéia será no futuro publicar um livro de memórias de nossos feitos na instituição policial civil.

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