Proposta para a Previdência, que está nas mãos do presidente Temer, deve ser presentada na segunda-feira a sindicatos e líderes da base aliada
Agência do INSS na avenida Newton Monteiro de Andrade em São Bernardo do Campo – O posto é tido como uma referência pois o atendimento é bom – FOTO NILTON FUKUDA / AE
Fenapef promete fazer campanha para ficar de fora. (Foto: Nilton Fukuda/Estadão)
Antes mesmo de o governo federal encaminhar o texto final da reforma da previdência ao Congresso Nacional, algumas categorias já brigam por flexibilização na propsota. Policiais querem o mesmo tratamento diferenciado que será dado aos militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), que não serão atingidos pelas novas regras. As mudanças serão apresentadas na segunda-feira aos senadores e deputados da base aliada do governo, no Palácio do Planalto, às 17 horas. Duas horas depois, será a vez dos sindicalistas conhecerem o texto. O
Governo deve encaminhar a proposta ao Congresso finalmente nos dias seguintes.
Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (fenapef) estarão na reunião e prometem fazer campanha para ficarem de fora. A entidade encomendou um estudo sobre a expectativa de vida dos policiais. A categoria luta contra a intenção do governo de unificar os regimes previdenciários e acabar com as aposentadorias especiais, que hoje podem ser acessadas por profissionais que atuam em atividades de risco, como policiais.
“Restará evidenciada a atividade de risco exercida por esses profissionais atrelada à necessidade de manutenção da aposentadoria especial”, diz a entidade em ofício encaminhado a outras associações que representam categorias policiais. Desde já, a federação argumenta que os policiais enfrentam riscos mais elevados do que os militares das forças armadas.
O plano do governo é que todas as categorias de trabalhadores, tanto da iniciativa privada quanto do serviço público, terão de seguir as novas definições de idade mínima (65 anos) e tempo de contribuição, exceto as Forças Armadas. Há ainda um ponto em aberto, que é a definição da aposentadoria de deputados e senadores.
Por enquanto, a estratégia desenhada pelo governo federal foi definir uma proposta robusta e de grande abrangência, que dê margem de gordura para negociação no Congresso. O Broadcast apurou que já há técnicos do governo debruçados sobre o mapeamento das posições de parlamentares em relação à reforma.
Estadão