Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular

WhatsApp
Facebook
Twitter

Pedro Marinho

Em 2003 me encontrava como delegado Titular da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio, tendo ali na equipe Edilson Lopes, Sivaldi,  Faustino, Cabral, Rivaldo, Cantanhede, Raimundo 18, Serjão e muitos outros policiais, realizando naquela época um trabalho bem elogiado, pois desbaratamos a Quadrilha de jovens da sociedade de Porto Velho, que praticavam estupros e roubos e que era comandada pelo falecido individuo de vulgo Gato. Com informações de um informante de Catanhede a nossa equipe teve importância vital no esclarecimento do latrocínio de Carlos Donege superintendente da Aster/RO, crime que chocou toda sociedade rondoniense, a prisão da estelionatária  granfina de Belém-PA, esposa de um militar da alta patente, a prisão do conhecido estelionatário Evon Cançado Arantes que comprava cheques de pequeno valor e colocava valores bem superiores, preservando apenas a assinatura do titular da conta   e muitos outros furtos e roubos importantes.

Uma ação, porém teve muito destaque, ou seja, um certo dia na madrugada, assaltaram a tradicional Padaria Popular, que servia lanches e que tinha um movimento muito grande e consequentemente tinha sempre dinheiro em caixa.

Quatro indivíduos todos armados, adentraram no citado  estabelecimento, renderam a todos e tomaram dinheiro e pertences e quando já se imaginava que os mesmos já iriam se retirar, eis que estacionou defronte a padaria, um veiculo cinza modelo Del Rey, servindo como táxi e os indivíduos resolveram também levar o pesado cofre da padaria e com muito sacrifício conseguiram colocar na mala do táxi e se evadiram do local.   

Muito cedo da manhã fui ‘educadamente’ despertado pelo secretário Humberto Morais de Vasconcelos, irado dizendo até palavrões, pois entendia ele que inadmissível acontecer um fato daquele com um irmão de Maçonaria do Governador, que por sua vez já tinha telefonado para sua casa, exigindo dele secretário o imediato esclarecimento daquele roubo.

Ainda pensei em dizer ao secretário que nem eu nem os policiais éramos guardas noturnos e, portanto, não poderíamos estar ali na hora do assalto, mas ai poderia piorar muito a coisa e até gerar punições, o que era bem comum  naquela época e engoli calado.

Sai rapidamente de casa e ao chegar na Delegacia, solicitei ao comissário que mesmo antes do horário normal de expediente, enviasse duas viaturas para buscar nas respectivas casas os componentes da nossa equipe, o que de fato foi feito.

Diante da informação de que o cofre teria sido levado num carro Del Rey de cor cinza e de praça, fiz uma rápida reunião e disse aos policiais que não deveriam ter tantos veículos com essa discrição e, portanto caíssem em campo e trouxessem até delegacia todos os carros que se encaixassem nessa descrição.

Cerca de uma hora depois uma equipe trouxe um taxi Del Rey Cinza e o seu condutor, um sujeito, branco, baixo e forte. Ao observar o mesmo percebi suas roupas sujas e amarrotadas e os olhos bem vermelhos como se tivesse passado a noite trabalhando e indagando sobre isso, me disse que estava dormindo em casa, quando então peguei a chave do carro e sozinho fui olhar a mala do carro e ao abrir logo vi claramente as marcas dos quatros pés do cofre e ai não tive mais nenhum duvida, mas para não fazer uma avaliação errada, chamei separadamente dois ou três policiais e passei a indagar o que os mesmos viam ali na mala e todos forma unânimes que o cofre tinha sido transportado naquele veiculo.

De volta a sala, me virei para o suspeito e disse ao mesmo: ‘Aqui não tem trouxa não e nós temos urgência em saber onde se encontra seus parceiros e o cofre. O dito cujo  percebendo que a casa tinha caído, nem pestanejou e disse que todos estavam naquele momento abrindo o cofre nos fundos de uma casa abandonada na Rua Pinheiro Machado e que estavam todos armados.

Acionei toda equipe do Patrimônio, bem como o pessoal da Sevic do 4º DP que funcionava também no mesmo prédio e rumamos rapidamente para lá, desembarcamos das viaturas um quarteirão antes e fomos andando, na verdade quase correndo e adentramos na casa até o quintal, quando inesperadamente o policial Cabral com a metralhadora na mão e sem receber nenhum comando, com os pés quebrou a porta de entrada e ali se encontravam os quatro indivíduos de cócoras, abrindo o cofre utilizando um maçarico, com as respectivas armas longe dos mesmos em cima de uma velha prateleira, não permitindo assim nenhuma reação, quando então todos foram devidamente imobilizados e algemados. 

 

De volta a Delegacia do Patrimônio, muita comemoração dos policiais e ai sim, muitos afagos e parabéns da cúpula da SSP, com elogio recebido até mesmo do governador do Estado, pelo esclarecimento do roubo a apreensão do cofre com todo dinheiro em pouco mais de cinco horas de trabalho.

Depois dessa resolveram que eu deveria trabalhar como delegado-titular e solitário em Guajará-Mirim, em tempos terríveis de muito comércio de drogas e ao lado um pesado garimpo. Mas, essa é outra história para depois.      

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.
Screenshot_20240701_163703_WhatsApp
Luto - Jesse Mendonça Bitencourt

Últimas do Acervo

Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
07-fotor-202407269230
Vário modelos de Viaturas usadas em serviço pela PC RO
Screenshot_20240831_190912_Chrome
Dois anos da morte do colega Aldene Vieira da Silva
Screenshot_20240831_065747_WhatsApp
Quatro anos da morte do colega Raimundo Nonato Santos de Araújo
Screenshot_20240827_083723_Chrome
Quatro anos da morte do colega Altamir Lopes Noé
Screenshot_20240811_181903_WhatsApp
Cinco anos do falecimento do colega Josmar Câmara Feitosa
João Caetano da Silva, que foi Pracinha da Segunda Guerra Mundial
Uma breve História de Guardas Territorias de Rondônia
Screenshot_20240724_173111_WhatsApp
Quatro anos do falecimento do colega Lourival Brito de Souza.

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens
Sem título
Assim nasceu a nossa associação da Polícia Civil do Território Federal de Rondônia