Após autorização do STF, juiz da Lava Jato voltou a investigar supostos atos de lavagem de dinheiro na compra e reforma do sítio de Atibaia (SP), no negócio do tríplex do Condomínio Solaris, no balnerário do Guarujá (SP), nos pagamentos para a LILS, empresa de palestras do ex-presidente, e nas doações para o Instituto Lula, entre outros; alguns dos inquéritos, como o da compra do Sítio Santa Bárbara, em 2010, e da reforma executada no imóvel pela Odebrecht, OAS e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, estão em fase final, prontos para serem transformados em denúncia formal
247 – Liberado pelo Supremo tribunal Federal (STF), o juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, decidiu reabrir rigorosamente todas as investigações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na compra e reforma de imóveis, em recebimentos por palestras e em doações ao Instituto Lula. São inquéritos e processos relacionados a buscas e apreensões e quebras de sigilos que têm como alvo o ex-mandatário petista. O despacho do magistrado aconteceu na sexta-feira (24), em Curitiba, sede da investigação original do escândalo de desvios na Petrobrás.
As investigações apuram supostos atos de lavagem de dinheiro na compra e reforma do sítio de Atibaia (SP), no negócio do tríplex do Condomínio Solaris, no balnerário do Guarujá (SP), nos pagamentos para a LILS, empresa de palestras do ex-presidente, e nas doações para o Instituto Lula, entre outros.
“O eminente ministro Teori Zavascki determinou, acolhendo parecer do exmo. procurador-geral da República, a devolução do inquérito. Tendo os autos retornado, traslade-se para estes autos cópia do parecer apresentado no Inquérito 4220 e cópia da decisão de 13 de junho de 2016 na Reclamação 23.457”, despachou Moro, juiz de primeira instância.
O STF, por determinação do ministro Teori, havia decretado a suspensão da tramitação das investigações contra Lula em liminar que acolheu pedido da defesa do ex-presidente, que questionou a competência da força-tarefa em primeiro grau judicial de conduzir os casos.
Alguns dos inquéritos, como o da compra do Sítio Santa Bárbara, em 2010, e da reforma executada no imóvel pela Odebrecht, OAS e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, estão em fase final, prontos para serem transformados em denúncia formal.
Moro ordenou, porém, que “deverá ser observado o sigilo decretado pelo STF”, em procedimento de quebra que resultou na interceptação telefônica que captou conversas de Lula com a então presidente, hoje afastada, Dilma Rousseff, um dia antes de ser nomeado por ela ministro da Casa Civil. A prova foi invalidada por Teori. “Ressalve-se, por óbvio, o diálogo datado de 16 de março de 2016, entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Exma. Presidente da República Dilma Rousseff, atualmente afastada, já que invalidado”, reforça Moro.
Desde o início das investigações, o Instituto Lula e os advogados defendem que ele nunca praticou qualquer ato ilícito. O Instituto e a defesa reafirmam enfaticamente que o tríplex do Guarujá e o sítio Santa Bárbara, de Atibaia, não pertencem a Lula. Os valores recebidos pela LILS são relativos a palestras realizadas pelo ex-presidente.