Tutmés Airan alega que recebeu corrupto condenado pela amizade
Davi Soares
Ex-ministro José Dirceu com desembargador Tutmés Airan. Fotos: Facebook e Caio Loureiro/Dicom TJAL
O encontro de um integrante do Judiciário com um corrupto que já foi condenado a penas que lhe renderiam quase meio século de prisão provocou indignação e questionamentos nas redes sociais. O desembargador Tutmés Airan, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), recebeu o ex-ministro petista José Dirceu à beira mar, na semana passada, quando o ex-presidiário do mensalão e do petrolão esteve em Maceió (AL), para lançar um livro.
Na foto viralizada no aplicativo de mensagens Whatsapp, José Dirceu aparece, aparentemente em uma casa de praia, ao lado do desembargador. Ambos vestem camisas vermelhas e estão rodeados por militantes de esquerda, sete deles gesticulando em apoio a outro corrupto condenado pela Justiça do Brasil: o ex-presidente Lula, que está preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba (PR).
Questionado pelo Diário do Poder sobre sua presença ao lado de Dirceu, o desembargador que sempre defendeu o comunismo em seus tempos de militância de esquerda em Alagoas fez questão de ressaltar que aquele encontro não teve caráter político-partidário.
Tutmés foi questionado se, assim como Dirceu, defende a libertação de Lula. E também foi lembrado que ainda terá longa carreira como integrante do Judiciário, ao ser perguntado se encontros políticos e partidários não atrapalhariam sua atuação como julgador, no futuro.
Eis a resposta:
“Recebi o José Dirceu na condição de meu amigo pessoal. Só para você ter uma ideia, José Dirceu foi meu padrinho de noivado. Então, conheço o Zé faz muitos anos e ele não esteve aqui para uma atividade político-partidária. Ele esteve aqui para lançar um livro, me pediu apoio e eu, na condição de amigo pessoal dele, dei todo o apoio do mundo e daria de novo, entende? Desvirtuar isso, na verdade, faz parte de uma conjuntura política doentia, né?, onde as pessoas enxergam as coisas com os olhos da maldade, da malícia. Enfim, é muito triste isso, né? Não entre nessa onda, não, comandante. É muito feio isso”, disse Tutmés.
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Foto Carlos Loureiro