Jair Queiroz é psicólogo e servidor aposentado
Não vi televisão, pois até há pouco estava estudando e não assisti a nenhum noticiário, por isso só agora tomei conhecimento, aqui pelo face, das declarações do Presidente. É ruim quando o chefe de uma nação não reflete sobre o efeito das palavras que está pronunciando!
Palavras de um cidadão comum podem impactar, causar mal estar, provocar sentimentos ambíguos, raiva, desprezo etc, imagina as de um grande liíder!
De fato, embora seja o Presidente não há nada que diretamente possa fazer, pois até mesmo os grandes especialistas, médicos e toda sorte de homens devotado às ciências estão perdidos em meio a essa avalanche de mortes, mas nesse caso não é a sua pessoalidade que é conclamada, mas a sua autoridade. Ele, pessoa, nada pode fazer, exceto refletir sobre as próprias falas.
Há um dito dos tempos antigos que sentencia: “Palavra de Rei não volta atrás”.
Ok, o senhor não é Rei, seja por faltar-lhe prerrogativas ou simplesmente por estar em outro contexto sócio/histórico/cultural, mas seu papel é o de chefe de uma Nação. O efeito da sua fala, por um lado, desperta animosididades e resistências, enquanto por outro, da parte daqueles que lhe devotam plena confiança, pode induzir a desesperança, desconsolo e o sentimento de abandono.
Ao proferir a frase “e daí, quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagres” o senhor se desautoriza enquanto titular de um poder. Um Rei fraco não é capaz de fazer nada pelo povo… e o povo sucumbe! Essa é a mensagem.
Ninguém espera milagres de um ser humano, mas mais do que qualquer outro brasileiro, o senhor tem o dever de alentar o povo, concitá-lo ao enfrentamento criterioso da situação, manter a moral elevada, e afirmar em alto e bom tom: – Nosso Governo está fazendo tudo o que pode para sairmos dessa. Contem comigo. Estou com o povo brasileiro!” – e de fato fazer o que prometeu.
Mas o quê seria esse fazer, afinal?
Acabar com o vírus? Não, não poderá prometer pois não cumprirá; Evitar as mortes? também não, mas reduzi-las, sim, se conclamar o povo a não burlar as medidas de prevenção; a se acalmar e confiar de fato, enquanto Presidente estará exaurindo todas medidas que cabem ao seu Governo tomar, juntamente com seus Ministros, Assessores, Técnicos, Conselheiros, todos muito bem remunerados e capacitados para suas funções, aptos para traçarem metas de curto, médio e longo prazo; viabilizar recursos e, em especial, ombrear-se com todos os patriotas desse grande Brasil, mantendo acessa a chama da esperança.
O senhor, Presidente, pode fazer sim e muito, sendo Messias, ou não! O que não dá e não tem o direito é de proferir palavras de desesperança. Afinal, milhões de brasileiros que lhes deram o voto, não esperavam ouvir uma frase que reflete prostração, sucumbência… Não é um líder quem assim se posta.
Avante Presidente! Ainda há um grande povo que confia e acredita na força do sangue verde e amarelo que corre em nossas veias.
Que seu próximo pronunciamento tenha um tom alentador, saído da garganta de um grande estadista. Certamente foi para isso que o Sr foi forjado nas fileiras do Exército Brasileiro e não para exarar frases derrotistas que refletem capitulação frente ao inimigo.
Jair QUEIROZ
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(Jair, ou “Yair”, em hebraico significa “amado por Deus”!). Tu és!!
*A foto que ilustra esta postagem é da capa de um livro de Richard Back.