Ao extraditar Pizzolato, Itália deu lição ao Brasil

WhatsApp
Facebook
Twitter

Alessandro Fiocci -Folha

Alessandro Fiocci -Folha
Josias de Souza

Ao autorizar o envio do mensaleiro Henrique Pizzolato para cumprir pena de 12 anos e 7 meses na penitenciária da Papuda, o governo da Itália deu uma lição institucional ao regime petista do Brasil. Embora dispusessem de amparo legal para se vingar do desaforo que foi a não extradição de Cesare Battisti, as autoridades italianas preferiram fazer Justiça.

Brasil e Itália firmaram um tratado de extradição em 1989. A peça prevê que os dois países devem devolver um ao outro pessoas que estejam em seus territórios e que sejam procuradas pelas autoridades judiciais para responder a processo penal ou cumprir pena de prisão já definida em sentença. Porém…

O documento abre uma exceção. Anota que Brasil e Itália podem optar pela “recusa facultativa da extradição” quando a pessoa procurada for um nacional. É o caso de Pizzolato. Dono de dupla cidadania, o condenado é, aos olhos da lei, tão italiano quanto brasileiro. Quer dizer: se quisesse, a Itália poderia reter Pizzolato. E ninguém teria nada com isso.

A tramitação dos casos Battisti e Pizzolato foi parecida. Em ambos a instância máxima do Judiciário dos dois países deferiu a extradição, transferindo a palavra final para as instâncias administrativas. Nesse estágio, a decisão ganha contornos políticos.

No episódio envolvendo Battisti, condenado a prisão por envolvimento em quatro assassinatos na década de 70, Lula deu de ombros para a decisão judicial. Sem cidadania brasileira, Battisti foi premiado com o status de refugiado político. O morubixaba do PT abraçou a tese segundo a qual o condenado correria risco de morrer se fosse devolvido ao seu país. Tratou a Itália como se fosse uma ditadura de quinta.

Deu-se o oposto no caso Pizzolato. Embora o condenado fosse um nacional, a Itália refugou a alegação de que o julgamento do Supremo tivera conotação política. Munidos de garantias de que o Estado brasileiro zelaria pela integridade física do preso, o tribunal e o governo italianos ignoraram também o lero-lero de que não haveria nas cadeias brasileiras um mísero recanto em condições de hospedar Pizzolato.

Ironicamente, a advogada Emmanuelle Fragasso, que integra a defesa de Pizzolato, evocou a decisão de Lula. “O caso do Battisti mostrou que não existe reciprocidade” possível com o governo brasileiro, disse ela, como a realçar que o Brasil não merecia receber Pizzolato. Não colou.

Ao extraditar Pizzolato, a Itália dispensou ao Brasil um respeito que não obteve. De resto, rendeu homenagens ao brocardo: a justiça começa em casa. E a casa do pseudo-italiano Pizzolato, para além das espertezas, é uma prisão no Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241208_210649_WhatsApp
Luto - David Barroso de Souza
Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.

Últimas do Acervo

Screenshot_20250114_065730_Chrome
Quatro anos do falecimento do colega José Rodrigues Sicsu
Screenshot_20250111_050851_Gallery
Dois anos do falecimento do colega Dativo Francisco França Filho
Screenshot_20250103_061531_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega José Jorio Ismael da Costa
Screenshot_20250102_064454_Chrome
Um ano do falecimento do colega André Luiz Otto Barbosa
Screenshot_20241227_055417_Gallery
Um ano do falecimento de João Lins Dutra
Screenshot_20241020_205838_Chrome
Dez anos do falecimento do colega, Henry Antony Rodrigues
Screenshot_20241015_190715_Chrome
Oito anos do falecimento do colega Apolônio Silva
Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens