O ídolo que cambaleia

WhatsApp
Facebook
Twitter



Com as acusações de corrupção que pesam sobre Lula e sua família, será preciso ver se sua gente ainda o considera um dos seus
OtrosGuardar

ANTONIO JIMÉNEZ BARCA

Lula volta a seu apartamento em São Bernardo de Campo depois de depoimento.
Lula volta a seu apartamento em São Bernardo de Campo depois de depoimento. PAULO WHITAKER REUTERS

Aconteceu na última campanha eleitoral, em um comício do Partido dos Trabalhadores na periferia sul e pobre de São Pulo. Lula, com a camiseta vermelha do partido e a voz cavernosa e cansada depois de semanas de forçar a estropiada garganta, entrou em cena para pedir outra vez o voto em Dilma Rousseff. Um operário metalúrgico o ouvia da rua, com um sorriso de orelha a orelha. Diante da pergunta sobre se gostava de Lula, o operário respondeu, sem parar de sorrir: “Há muitos anos, ele, Lula, vinha a nossas fábricas nos dizer quando tínhamos de protestar, quando tínhamos de fazer greve. Eu voto nele porque o conheço, porque não mudou”.

Quando Luiz Inácio Lula da Silva deixou o poder depois de governar o Brasil durante oito anos, de 2003 a 2010, armazenava uma inaudita popularidade de mais de 80%. Não estava mal para um operário convertido em sindicalista convertido em presidente de um país de 200 milhões de habitantes, chegado sem estudos a São Paulo na década de cinquenta com seus seis irmãos e a mãe na traseira de um caminhão procedente de um dos rincões mais miseráveis do país. Ele era um a mais entre os milhões de habitantes do Nordeste brasileiro que buscavam na grande cidade uma saída do labirinto da pobreza, seca e desemprego.

Durante seu mandato, cerca de 30 milhões de pessoas sem trabalho fixo entraram no sistema: começaram a desfrutar de um contrato, de férias, de seguro desemprego, começaram a pagar impostos, sentir-se cidadãos, protestar. Lula e os ideólogos do Partido dos Trabalhadores os denominaram de nova classe média, surgida daqueles que migravam em caminhões rumo ao sul. A maioria deles continuava vendo Lula como um a mais.

Hoje o índice de rejeição a Lula, segundo pesquisas recentes, é de 47%. E a causa deve ser buscada, sobretudo, nas acusações de corrupção que pesam sobre ele e sua família, e que o perseguem há meses. Ele nega tudo. Afirma, com a mesma veemência que empregava ao pedir o voto em Dilma Rousseff nos comícios de campanha na periferia, que não existe no Brasil uma “alma mais honrada”. Ainda pensa em apresentar-se às eleições de 2018. Há alguns dias dizia que então terá 72 anos e o tesão de um de 30. Mas será preciso ver se sua gente ainda o considera um dos seus. Se ainda consideram que não mudou. Que o Ministério Público o acuse de aceitar presentes milionários das empresas envolvidas na peçonha da Petrobras, que o Ministério Público considere que essas mesmas empresas lhe pagam, entre outras coisas, os eletrodomésticos de cozinha de primeira e os móveis de luxo de um apartamento de três andares na praia não vai ajudar em nada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241208_210649_WhatsApp
Luto - David Barroso de Souza
Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.

Últimas do Acervo

Screenshot_20241020_205838_Chrome
Dez anos do falecimento do colega, Henry Antony Rodrigues
Screenshot_20241015_190715_Chrome
Oito anos do falecimento do colega Apolônio Silva
Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
07-fotor-202407269230
Vário modelos de Viaturas usadas em serviço pela PC RO
Screenshot_20240831_190912_Chrome
Dois anos da morte do colega Aldene Vieira da Silva
Screenshot_20240831_065747_WhatsApp
Quatro anos da morte do colega Raimundo Nonato Santos de Araújo
Screenshot_20240827_083723_Chrome
Quatro anos da morte do colega Altamir Lopes Noé
Screenshot_20240811_181903_WhatsApp
Cinco anos do falecimento do colega Josmar Câmara Feitosa

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens