PARA O SENADOR, ELES TENTAM MINIMIZAR A GRAVIDADE DOS CRIMES
DE ACORDO COM O SENADOR, OS DEFENSORES TENTAM INCLUSIVE JOGAR A RESPONSABILIDADE PELOS ATOS PARA OS TÉCNICOS QUE ASSESSORAVAM A PRESIDENTE. (FOTO: AGÊNCIA SENADO)
O senador José Medeiros (PSD-MT) criticou em Plenário, nesta sexta-feira (17), a linha de defesa adotada por partidários da presidente afastada Dilma Rousseff na Comissão Especial do Impeachment. Para o senador, eles tentam minimizar a gravidade dos atos que foram por ela praticados, a seu ver incontestáveis crimes de responsabilidade fiscal e causa da mais grave crise econômica da história do país.
Medeiros se referia às “pedaladas fiscais”, como são chamados os atrasos de pagamentos aos bancos públicos para cobrir despesas do governo, e os decretos orçamentários sem prévia autorização do Congresso. De acordo com o senador, os defensores tentam inclusive jogar a responsabilidade pelos atos para os técnicos que assessoravam a presidente, “querendo dividir o crime em tantas partes até ele virar pó”.
“Mas o que está havendo é seguinte: uma presidente que se construiu com o seu marketing, e está se destruindo com suas ações, cometeu crime de responsabilidade. Quando não podem enfrentar os argumentos, geralmente começam a tentar destruir o dono dos argumentos e desconstruir com cortina de fumaça e muita mentira. É isso que estamos vendo”, afirmou.
Contraponto
Medeiros afirmou, contudo, que a população está vendo o que acontece na Comissão do Impeachment. Afirmou ainda que outros senadores vão estar “para fazer o contraponto e contar e repor as verdades dos fatos”. Segundo ele, os crimes fiscais foram de tal gravidade que podem ser comparados ao “estouro” da barragem de Mariana, em Minas Gerais. “O valor é tão grande e é tanto dinheiro nessas fraudes que não tem como esconder. Desce pelo rio e se espalha pelo oceano”, disse.
O senador disse que, com o apoio do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do então secretário do Tesouro, Arno Augustin, Dilma causou o “pandemônio fiscal” ainda presente. Em suas palavras, “de pedalada em pedalada, de mentira em mentira, de desmando em desmando”, ela elevou a dívida pública a patamares nunca antes atingidos.
Agora em 2016, registrou, o déficit do governo foi calculado em R$ 170 bilhões, ao contrário dos já “acintosos” R$ 96 bilhões que Dilma anunciava antes de ser afastada. Em 2014, as despesas superaram as receitas a R$ 111 bilhões, então o pior resultado. Para o senador, esse foi o legado que ficou para o presidente interino Michel Temer, a “herança verdadeiramente maldita”.
“Mas aí, todo dia, vem a cantilena: o presidente Temer está querendo acabar com os programas sociais, está querendo acabar com a educação. Não. Já não havia dinheiro para isso, faz tempo”, afirmou. (Agência Senado)