Assalto ao Banco do Brasil em Rondônia – Parte IV – Curiosidades e fatos engraçados que envolveram o caso.

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Jair Queiroz

Considerado na época o maior assalto a banco no Brasil em volume de dinheiro.

Curiosidades e fatos engraçados que envolveram o caso.

Parte V

Nenhuma ação criminosa deve ser romantizada para que não sirva de referência, algo que seria muito nocivo à sociedade, mas alguns fatos ficaram marcados e foram destacados pela imprensa. A maioria desses casos está relacionada à postura do líder da quadrilha, o Sargento, que era muito “espirituoso”, falante e sagaz. Um jornal estampou em sua manchete a seguinte chamada: “Assaltantes encantam o país pela audácia e humor.” Incrível a glamourização dada pela manchete! Um bom produtor de cinema poderia ter transformado o assalto em um filme de sucesso, bem ao gosto da população.

Narraremos alguns dos fatos curiosos, burlescos que se destacaram e provocaram as inesperadas reações:

– O primeiro foi protagonizado durante o translado, na viatura, após a prisão no Aeroporto, quando Sargento disse: Delegado, parabéns! O senhor acaba de prender o maior assaltante do Brasil!

Ao perceber o sotaque típico dos paraibanos, o Delegado, que é natural da Paraíba, perguntou: – Você é paraibano? Confirmando que se tratava de um conterrâneo, passou-lhe uma descompostura: – “O senhor, um paraibano, vindo roubar em Rondônia, fazendo vergonha por aqui!” – ao que ele respondeu de pronto: – “Doutor seria vergonha se viesse roubar um pai de família. Eu pratiquei foi o maior assalto ao Banco do Brasil, um feito que nunca será esquecido!” E ele tinha mesmo razão nesse sentido!

– Transferidos para o 4º Distrito Policia, comandado pelo Delegado Francisco Esmone Teixeira, onde ficariam presos até a conclusão do inquérito, algemados, Sargento e Mexicano aparentavam-se calmos e

respondiam a todos os questionamentos da imprensa, frequentemente com ironia. O líder era sempre o mais falante e tinha respostas inusitadas. Alguém disse a eles que eu teria sido responsável pela confecção dos Retratos Falados e ele me parabenizou dizendo: – “Pela primeira vez fiquei bem num desenho desses. Já me desenharam muitas vezes por aí, mas eu ficava parecendo um bicho”. (risos).

Mexicano, que conforme relatado ganhou esse apelido em razão do bigodão, ao ser preso estava sem ele, e justificou reclamando: – “Que sacanagem! Cultivei meu bigode por dez anos e você me fez raspá-lo!” (risos)

– Para a jornalista Glória Maria, Sargento falou que morava no Rio de Janeiro, era casado e tinha em um filho de 16 anos que treinava na Escolinha de Futebol do Flamengo. Diante da informação a jornalista perguntou: – “Ele sabe da sua vida no crime?” Não! – respondeu. – Insistiu a jornalista: – “Mas agora ele saberá, pois sua prisão será noticiada em todo o país. Como acha que seu filho reagirá sabendo que o pai está preso por assalto?” Respondeu: – “Não sou o único ladrão do Brasil. Meu primo (ele dizia ser primo do Abi Ackel, Ministro da Fazenda, da época) vem roubando o Brasil há tanto tempo e não tem nenhuma vergonha disso. É apenas meu trabalho, assim como é o seu!”. Ela continuou: – “Estamos há poucos dias para o Natal e vocês estarão presos em Rondônia. Como ficarão suas famílias?” A resposta foi um presságio: – “Não se preocupe. Antes do Natal estarei em casa com eles!” De fato os onze presos fugiram do presídio no dia 23 de Dezembro.

– Ao Jornal O Guaporé, Sargento disse que seu apelido no meio da bandidagem era Chico Rico, devido ao sucesso dos seus “empreendimentos” e disse também que era famoso “noutras praças”.

– Durante o período em que mantiveram o Pastor Joel Holder e família como reféns, um dos membros da quadrilha, que se dizia ser também Evangélico chorou e falou que estava arrependido de estar nessa vida. O Pastor então teria orado por ele. Preso ele comentou que disse ao Sargento que sentiu durante a oração que o plano iria fracassar, mas foi repreendido por isso.

– Sargento contou também que no planejamento do crime reuniram várias informações, dentre elas notícias de que em Rondônia circulava muito dinheiro e que todo o montante ficava no cofre da Agencia Central de onde eram distribuídos às demais agências do Estado em malotes e que a “polícia local era muito despreparada, logo, seria uma operação muito fácil e rentável”. Um dos assaltantes, que já havia cumprido pena, disse que vendia produtos da praia no Rio de Janeiro e foi convidado a participar do roubo o que aceitou prontamente na certeza que ficaria rico.

Ledo engano!

Continua no próximo capitulo.

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