Uma vez o Diretor Geral de Polícia, Carlos Lobo, me chamou e disse: Pegue sua equipe (Saudosos Sérgio Barriga, Juarez “Nariz de Ferro” e João Faustino) e vão para Ariquemes, pois o governador vai estar lá amanhã cedo e vocês devem já estar esperando quando ele chegar pois querem invadir o Banco do Brasil e os funcionários estão todos escondidos. Continuei em pé diante dele que olho para mim e perguntou o que eu estava esperando? Lhe respondi que estava aguardando se iríamos de Ônibus ou se ele ia disponibilizar alguma viatura e motorista. Ele me respondeu que não, que eu me virasse e estivesse em Ariquemes no outro dia antes de Teixeirão. Retirei-me, chamei os colegas e pedi ao Fittipaldi que nos levasse até ao Aeroclube. Chegando lá, perguntei de quem era a vez do vôo, assinei a requisição e voamos para Ariquemes. Fomos para o Hotel e no outro dia os parceleiros estavam todos na frente do BB que era uma estrutura de pré-moldado e queriam o dinheiro de qualquer maneira. O Banco fechado e os funcionários e gerente sumidos. Quando chegou o governador Jorge Teixeira com William Cury, José Renato e Hélio Máximo. Nos colocamos na frente da carroceria do caminhão que eles subiram e Teixeira, Cury e o prefeito Francisco Sales discuraram, Teixeira disse uns palavrões, Cury outros e a turma se acalmou e no final até aplaudiu. Apaziguada a situação, os colonos se dispersaram com a promessa do Govenador que na outra semana faria o pagamento, pois iria a Brasília resolver isso. Daí o prefeito Sales nos deu a passagem de volta e retornamos de ônibus a Porto Velho. Passado uns dias, fui chamado pelo Secretário e quando entrei na sala, lá estava o Diretor e Hélio Máximo aos berros. Mal entrei na sala e já foram me mostrando a ordem de vôo assinado por mim. O secretário me perguntou quem mandou pegar um avião para Ariquemes? Eu falei logo: O Diretor, que quase desmaia na sala. Aí eu expliquei: Ele disse que nós tínhamos que chegar antes do governador e dos senhores lá em Ariquemes naquele dia. Perguntei qual o meio de transporte e ele mandou eu me virar. Eu me virei. Agora pergunto ao senhor: quem o senhor achar que arrumou aquele caminhão e colocou no meio da multidão para o governador e os senhores subirem e acalmar os ânimos do povo que queria tocar fogo no Banco do Brasil? Diante disso ele mandou eu me retirar da sala com as promessas de não fazer mais isso. E Carlos Lobo ficou lá em papos de aranha. Logo depois em uma revolta da Polícia, derrubamos ele do DGPC.