Eduardo Knapp
Josias de Souza
Aécio Neves, presidente do PSDB, articula um encontro da oposição com setores do PMDB do vice-presidente Michel Temer. Deseja abrir uma discussão sobre a crise política. O tucanato se move um dia depois de Fernando Henrique Cardoso ter afirmado que Dilma Rousseff protagonizaria um gesto de grandeza se renunciasse ao mandato de presidente.
“Faremos nos próximos dias uma reunião com os líderes dos partidos de oposição, com setores inclusive do PMDB, que já manifestaram disposição de participar desse encontro, com os juristas que têm expressado, de forma muito clara, também, a sua posição em relação à solução dessa crise, como Miguel Reale”, disse Aécio em entrevista.
“Nesse instante é absolutamente fundamental que todos nós voltemos os nossos olhos para a ação dos nossos tribunais, seja o Tribunal de Contas, seja o TSE, para que não sofram qualquer tipo de constrangimento”, acrescentou.
Sem citar o nome Renan Calheiros, um investigado da Lava Jato que se reconciliou com Dilma, Aécio ecoou FHC na crítica ao conchavão. “A opinião pública do Brasil repudiou, no último domingo, e repudiará, de forma veemente, qualquer tentativa de acordo, se ele realmente houver, que signifique manietar, constranger as nossas Cortes, que devem discutir as ações que lá estão, com equilíbrio e com isenção.”
Antes de conversar com os repórteres, Aécio recebera a visita do deputado Lúcio Vieira Lima, do PMDB da Bahia. “Disse a ele que as ruas precisam sentir a segurança de que sua demanda vai encontrar guarida aqui no Congresso. Precisamos trabalhar de maneira suprapartidária. Há parlamantares que enxergam a conjuntura da mesma maneira no PMDB, DEM, PPS, PTB, PR… Diversos partidos. Preciamos tratar essa questão acima dos partidos”.