Marcelo Camargo Marcelo Camargo
Josias de Souza
Marcelo Camargo/ABr
O tucano Geraldo Alckmin integra o ninho dos nomes que derretem nas pesquisas. Ainda não recebeu a visita do cobrador da Lava Jato. E seu pupilo João Doria já oscila entre a lealdade ao padrinho e a pose de alternativa presidencial. Entretanto, a despeito de tudo, o governador de São Paulo continua olhando para 2018 como se enxergasse um pote de ouro no horizonte. Enquanto pressiona o PSDB por uma definição, Alckmin prepara um Plano B. Ele até já elegeu um adversário predileto. Em privado, afirma que prefere polarizar com Lula a próxima sucessão.
Alckmin avisou a Aécio Neves, seu rival e presidente do PSDB, que espera até dezembro por uma definição sobre o rito de escolha do presidenciável da legenda. Escaldado com as manobras que prorrogaram à sua revelia a permanência de Aécio no comando da máquina partidária, o governador paulista constrói uma porta de emergência. Esconde-se atrás dela um tesouro eletrônico na partilha do horário de propaganda eleitoral no rádio e televisão em 2018.
Sem alarde, Alckmin distribuiu secretarias estaduais e gentilezas a potenciais aliados. Esboça uma coligação que inclui legendas de porte médio (PSB e PTB), partidos pequenos (PPS e PV) e agremiações nanicas (PHS e PMB). Juntas, as siglas garantiriam a Alckmin uma vitrine eletrônica equiparável à que teria Lula se o PT fosse à disputa consorciado com PCdoB e PDT. É como se Alckmin desejasse informar ao tucanato que está arrumando as malas e já tem para onde. Mais: se o empurrarem pela porta de emergência, deixará para trás um ninho arruinado no maior colégio eleitoral do país.
Alckmin e seus aliados avaliam que, pelo andar da carruagem, não haverá tempo para a Lava Jato retirar Lula do baralho de 2018 por meio de uma condenação de segunda instância. Acreditam que é melhor enfrentar o pajé do PT do que ter de lidar com um poste que ele resolva carregar nos ombros —Ciro Gomes (PDT), por exemplo.