Alvo de criticas,. Cunha diz que ‘não é inimigo‘ dos gays
Presidente da Câmara disse representar “aquilo que a maioria do Parlamento assim deseja. Não estou dizendo que a maioria esteja decidindo sobre o direito da minoria. Eu represento a expressão daquilo que a gente tem como maioria”; Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi alvo de críticas na Parada LGBT realizada ontem em São Paulo; em viagem à Rússia, o deputado também defendeu o financiamento privado de campanhas
247 – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse não ser “inimigo de ninguém” em função da sua agenda conservadora. “Eu não sou inimigo de ninguém. Eu represento aquilo que a maioria do Parlamento assim deseja. Não estou dizendo que a maioria esteja decidindo sobre o direito da minoria. Eu represento a expressão daquilo que a gente tem como maioria”, afirmou. Cunha foi alvo de críticas durante a 19ª Parada do Orgulho LGBT, realizada em São Paulo neste domingo 7.
“Eu não tenho campanha nem contra nem a favor de quem quer que seja. Se O Boticário está fazendo campanha, os organismos próprios de controle de publicidade são os que devem analisar. Cada um tem seu direito de liberdade de expressão. Não cabe a nós, do Parlamento, tratarmos disso”, observou. Cunha tem dois projetos de sua autoria que tratam da criação do Dia do Orgulho Hétero e da criminalização do preconceito contra heterossexuais. O deputado está na Rússia, onde participará do primeiro fórum parlamentar dos países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul).
O presidente da Câmara também defendeu as doações empresariais a partidos políticos, matéria aprovada na semana passada pelo projeto da reforma política. “Com a regra existente hoje, o financiamento (privado) é feito para partidos e candidatos. O que foi aprovado é somente para partidos”, explicou.
Segundo ele, a nova legislação torna mais restritiva a doação de recursos, já que os repasses não podem mais ser feitos diretamente aos candidatos. “Beneficia o cidadão porque a outra opção seria o financiamento público, ou seja, pagar dos impostos dos cidadãos as campanhas eleitorais. Em contraponto a isso, (a nova regra) é menos onerosa para o cidadão”, disse Câmara.
Para poder ser incluída na Constituição, contudo, a medida tem que ser aprovada em uma nova votação na Câmara e no Senado. As declarações foram feitas em uma entrevista, de Moscou, à BBC Brasil.