Cláudio Humberto
Durante a entrevista, Bolsonaro pareceu bem disposto e reafirmou seu compromisso com a Constituição. (Foto: Reprodução da TV Globo)
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou esta noite ao “Jornal Nacional” que será “escravo da Constituição”, caso vença a disputa, e desautorizou o general Hamilton Mourão, descartando uma “constituinte de notáveis”, como sugeriu seu vice, e que jamais cogitou um suposto “autogolpe” em caso de anarquia.
Bolsonaro declarou que Mourão foi infeliz nessas declarações, ‘e mostrou quem manda:
– Ele é general, eu sou capitão. Mas eu sou o presidente. O desautorizei nesses dois momentos. Ele não poderia ir além daquilo que a Constituição permite. Jamais eu posso admitir uma nova constituinte, até por falta de poderes para tal. E a questão de autogolpe não sei, não entendi direito o que ele quis dizer naquele momento. Mas isso não existe.
O candidato vitorioso no primeiro turno, com quase 50 milhões de votos, também deixou claro que se a idéia fosse dar golpe, não teria por que disputar eleições:
– Estamos disputando as eleições porque nós acreditamos no voto popular, e seremos escravos da nossa Constituição. Repito: o presidente será o senhor Jair Bolsonaro. E nos auxiliará sim o general Augusto Mourão… Hamilton Mourão. E ele sabe muito bem da responsabilidade que tem por ocasião da sua escolha para ser vice.
Durante a entrevista, Bolsonaro disse que a nomeação de Hamilton Mourão para a chapa se deveu à necessidade de se demonstrar “autoridade”, mas “sem autoritarismo”.
O candidato do PSL afirmou ainda que falta “tato” a Mourão, porque o colega de chapa não é do meio político, e sim do meio militar.
“O que falta ao general Mourão é um pouco de tato, um pouco de vivência com a política. E ele rapidamente se adequará à realidade brasileira e à função tão importante que é a dele. […] Nesses dois momentos ele foi infeliz, deu uma canelada. Mas repito: o presidente jamais autorizaria qualquer coisa nesse sentido”, reiterou Bolsonaro.