Josias de Souza 11/03/2015 02:10
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Apenas 70 dias depois de assumir o seu segundo mandato, Dilma Rousseff já começa a sofrer pressões para reformar o ministério. As articulações envolvem pedaços do PT e do PMDB, os dois maiores acionistas do governo. Encontram-se na alça de mira os ministros petistas Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Pepe Vargas (Relações Institucionais).
Uma ala do PT deseja acomodar na poltrona de Mercadante o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, hoje à frente do Ministério da Defesa. Antigo desafeto de Mercadante, o peemedebista Renan Calheiros, presidente do Senado, observa com interesse o formação do pelotão anti-Mercadante. Recebeu Wagner em sua residência oficial há quatro dias.
Um pedaço do PMDB sonha em transferir para a cadeira de Pepe Vargas o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves. Os defensores da ideia argumentam que Pepe não é reconhecido no Congresso como articulador político de Dilma. Vende-se a tese de que Henrique, amigo do vice-presidente Michel Temer e do presidente da Câmara Eduardo Cunha, seria mais talhado para a função.
As duas pretensões esbarram numa característica da personalidade de Dilma: ela abomina a ideia de modificar a equipe sob pressão. Um auxiliar da presidente ironiza: movimentos para a derrubada de ministros costumam funcionar em sentido inverso, diz ele. Os alvejados acabam ganhando certa estabilidade no emprego.