Filho de Lula pede providências contra ‘vazamento’ de depoimento dado à PF

WhatsApp
Facebook
Twitter



Josias de Souza
Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, pediu ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) que determine a abertura de investigação sobre o vazamento de informações sigilosas do processo que o envolve. Fez isso por meio de representação assinada por seu advogado, Cristiano Zanin Martins. O documento é datado desta sexta-feira (13).

O caçula de Lula tem razões para se preocupar. Em depoimento prestado à Polícia Federal há dez dias, ele não conseguiu explicar como e por que ganhou R$ 2,5 milhões do escritório de consultoria Marcondes & Mautoni, de Mauro Marcondes, investigado na Operação Zelotes por suspeita de comprar medidas provisórias que favoreceram montadoras de automóveis com incentivos fiscais.

Os depoimentos de Luís Cláudio e de Mauro Marcondes ganharam as páginas da edição mais recente de Época. O ministro da Justiça foi acionado depois que repórter da revista procurou o advogado do filho de Lula para ouví-lo sobre a precariedade das informações repassadas à Polícia Federal.

Para o defensor de Luís Cláudio, ele “já prestou todos os esclarecimentos e afastou qualquer ligação com os possíveis ilícitos investigados.” Para os investigadores federais, ainda há muito por esclarecer.

Formado em educação física, Luís Cláudio, 30 anos, abriu uma empresa de consultoria em marketing esportivo, a LFT. A despeito de não ter nenhum funcionário e da experiência escassa do dono, a firma foi contratada pela consultoria Marcondes & Mautoni, especializada no ramo automobilístico, para realizar seis serviços entre junho e julho de 2014.

A LFT recebeu R$ 2.552.400 para realizar trabalhos variados – desde estudos relacionados à Copa do Mundo e à violência nos estádios até a enigmática “elaboração de análise de marketing esportivo como fator de motivação e integração nas empresas com exposição de casos e oportunidades”.

Ao depor na PF, a memória de Luís cláudio falhou diante de questões básicas. Por exemplo: como se chegou ao valor milionário da consultoria? A transcrição do depoimento do filho de Lula anota que ele “não se recorda, neste momento, o valor desse projeto.”

Luís Cláudio disse “que utiliza como parâmetro a quantidade de horas trabalhadas para a fixação dos valores cobrados aos seus clientes nos projetos que executa, que não sabe mensurar, neste momento, o valor cobrado pela sua hora de trabalhar”. Mas quantas horas teve de trabalhar? O contratado não soube responder.

Qual a margem de lucro? Quanto custou para executar o projeto? “Que, neste momento, não tem noção de quanto foi o custo de execução desse projeto; que também não sabe, neste momento, declinar a margem de lucro obtida nesse contrato”, registra o depoimento de Luís cláudio.

A PF quis saber por que a consultoria do setor de automóveis contratou a firma de Luís Cláudio. E ele: “Que Mauro Marcondes nunca explicou ao declarante por que optou por contratá-lo; que não sabe dizer se o Mauro Marcondes realizou alguma pesquisa de mercado antes de contratar o declarante.” A mesma pergunta foi feita ao contratante. Mauro Marcondes, que está preso. Ele preferiu silenciar.

A certa altura, Marcondes admitiu à PF que sabia que o valor pago ao filho de Lula era “absurdo”. Inquirido, ele disse ter feito uma “pesquisa superficial” de mercado. Incumbiu um estagiário da empresa de realizar o levantamento de preços. “Ele constatou que eram absurdos”, disse o depoente. O que não o impediu de desembolsar R$ 2,5 milhões.

Como se vê, Luís Cláudio e seu advogado têm milhões de razões para se preocupar com o vazamento dos dados do inquérito.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241208_210649_WhatsApp
Luto - David Barroso de Souza
Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.

Últimas do Acervo

Screenshot_20241020_205838_Chrome
Dez anos do falecimento do colega, Henry Antony Rodrigues
Screenshot_20241015_190715_Chrome
Oito anos do falecimento do colega Apolônio Silva
Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
07-fotor-202407269230
Vário modelos de Viaturas usadas em serviço pela PC RO
Screenshot_20240831_190912_Chrome
Dois anos da morte do colega Aldene Vieira da Silva
Screenshot_20240831_065747_WhatsApp
Quatro anos da morte do colega Raimundo Nonato Santos de Araújo
Screenshot_20240827_083723_Chrome
Quatro anos da morte do colega Altamir Lopes Noé
Screenshot_20240811_181903_WhatsApp
Cinco anos do falecimento do colega Josmar Câmara Feitosa

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens