Joel Rodrigues/Frame/Estadão
Josias de Souza 1
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Desbunde: sindicalista da Força Sindical faz bundalelê nas galerias da Câmara
A aprovação na Câmara da emenda que abre caminho para o fim do ‘fator previdenciário’ foi uma espécie de estouro da boiada governista. A proposta passou por uma magra diferença de 22 votos: 232 a 210. Para que a derrota virasse uma vitória de Dilma Rousseff, bastaria que 12 deputados que disseram “sim” à emenda migrassem para o “não”.
Havia em plenário meia dúzia de partidos governistas em condições de entregar à presidente da República a dúzia de votos que lhe faltavam. Porém, preferiram romper a porteira da coligação deputados de legendas como PT, PMDB, PCdoB, PP, PSD e PDT.
Do PT, pularam o cercadinho 14 deputados –nove votaram contra os interesses do governo e cinco se ausentaram do plenário. Do PCdoB, ultrapassaram o alambrado 12 deputados. Do PMDB, desgarraram-se 20 deputados. Do PDT, 18. Do PP, 17. E do PSD, partido do ministro Gilberto Kassab (Cidades), perderam-se 12 cabeças.
Numa tentativa de evitar o fiasco, o vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, alimentara o rebanho com mais de uma centena de cargos. Em retribuição, obteve a aprovação da segunda parte do ajuste fiscal, que restringe o acesso ao auxílio-doença e pensão por morte. Foram 99 votos de dianteira: 277 a 178.
Na sequência, o mesmo plenário atravessou no caminho da presidente da República a derrota vexatória, que tem potencial para anular o triunfo anterior.