Inflação brasileira é a menor desde o início do Plano Real

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10/05/2017. Crédito: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A. Press. Brasil. Brasilia - DF. Inflação. Virginia Shalub, aumento no preço do tomate.

No acumulado de 12 meses terminado em abril, o IPCA ficou em 4,08%, bem abaixo do centro da meta determinado pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%. Expectativa é que índice feche o ano em 4,01%. Especialistas atribuem resultado, em parte, à recessão

Rodolfo Borges
Ana Rayssa/Esp. CB/D.A. Press
Virgínia Shalub sentiu pouco a queda no preço dos alimentos
O dragão da inflação afinou, perdeu força e fôlego, e agora lembra mais uma lagartixa. Analogias à parte, o fato é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em abril, registrou alta de 4,08%, no acumulado em 12 meses, enquanto que há um ano, a variação era de 9,28%. Ou seja, em apenas quatro meses, o indicador oficial do custo de vida ficou abaixo do centro da meta estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%. O resultado foi o menor nessa base de comparação desde julho de 2007.

A profunda desaceleração dos preços reforça a avaliação dos economistas de que a inflação fechará próxima da atual mediana das expectativas do mercado, de 4,01%. Se confirmado, seria a menor carestia desde 2006. Naquele ano, o IPCA subiu 3,14%.

Quando avaliado o resultado mensal, o ritmo de despressurização dos preços também chama a atenção. Em abril, o custo de vida subiu 0,14%. O resultado não apenas ficou abaixo da mediana das expectativas do mercado, que esperava uma alta de 0,18%, como também foi a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1994.

O presidente da República, Michel Temer, comemorou a queda contínua dos preços. “Vemos com orgulho. Em 2015, a inflação era de 10,7%. Agora, o ritmo indica que, no fim ano, teremos uma variação bem abaixo do centro da meta”, disse. Para Temer, esse movimento reforça que há espaço para a manutenção de queda da taxa básica de juros (Selic).

Embora o mercado entenda que o ritmo de freio dos preços abra espaço para um corte da Selic superior a 1 ponto percentual, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, garantiu ontem que não interferirá nas decisões do Banco Central (BC). “É um Banco Central técnico, competente e que sabe o que faz”, disse.

Para Meirelles, a perda de fôlego da inflação é uma mostra de que o mercado está reagindo ao ajuste fiscal. “Em uma situação de incerteza, os formadores de preços tendem a aumentar, mesmo que a demanda esteja baixa, para poderem se defender”, analisou. Com o ajuste, os agentes econômicos tendem a aumentar menos os custos ao consumidor.

Para especialistas, a recessão do país tem contribuição grande na remarcação menor dos preços. Na avaliação deles, com o aumento do desemprego e a queda dos rendimentos, o consumo das famílias desabou, e tal movimento obrigou os agentes econômicos a elevarem menos os custos de bens e serviços.

O reflexo da crise sobre os serviços é o mais fácil de detectar, já que o setor é altamente influenciado pelo rendimento das famílias. No acumulado em 12 meses encerrados em abril, a variação dessa categoria de despesas registrou uma alta de 5,9% e a expectativa do mercado é que a taxa continue desacelerando. Para a Tendências Consultoria, os preços dos serviços continuarão recuando, até atingir um avanço de 4,3% no fechamento do ano, o que seria o menor crescimento desde 2000.

O arrefecimento dos preços e a redução dos juros, no entanto, são apenas um passo para a retomada da demanda e, consequentemente, do crescimento econômico. O economista sênior da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fábio Bentes, avalia que as reformas trabalhista e da Previdência serão fundamentais para isso. “A da Previdência será importante para o equilíbrio fiscal e para impedir pressões tributárias, como aumento de impostos, o que poderia segurar o ritmo de redução dos juros. Já a trabalhista é importante para soltar o freio de mão dos investimentos com contratação de trabalhadores”, analisou.

Alimentos

Além da retração econômica, o aumento da oferta de alimentos tem contribuído para o recuo da carestia. No acumulado em 12 meses encerrados em abril, os gastos com alimentação e bebidas subiram 3,5%, quase 10 pontos percentuais abaixo em relação ao mesmo período de 2016.

A queda dos preços de alimentos, no entanto, ainda é irrisória para a servidora pública Virgínia Shalub. “Em um ano, meus gastos com supermercado dispararam. Antes, com R$ 50 em compras semanais, enchia o carrinho. Agora, com o dobro, não dá para comprar muita coisa”, criticou.

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