O comunicado ocorre no dia seguinte à aprovação no Senado do impeachment de Dilma Rousseff e à posse de Temer como presidente da República.
Por: Blog do Gordinho
romero jucaA assessoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR) divulgou uma nota nesta quinta-feira (1º) na qual informou que ele assumiu em definitivo a presidência do PMDB no lugar de Michel Temer. O comunicado ocorre no dia seguinte à aprovação no Senado do impeachment de Dilma Rousseff e à posse de Temer como presidente da República.
“O senador Romero Jucá (PMDB-RR) assumiu definitivamente a presidência nacional do PMDB com o compromisso de dar uma base ampla de sustentação ao governo do presidente da República Michel Temer”, diz a nota divulgada nesta quinta. Por ser o primeiro-vice-presidente do partido, o senador já exercia a função de presidente interino do PMDB desde abril, quando Temer, que comanda o partido desde 2001, se licenciou do cargo.
O G1 procurou a assessoria de Temer para comentar o anúncio e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
Temer foi reconduzido para um mandato de dois anos à frente do PMDB em 12 de março deste ano, após convenção do partido em Brasília. Em 5 de abril, porém, se licenciou, levando Romero Jucá à condição de presidente interino. Na ocasião, a assessoria de Temer havia informado que, na avaliação dele, Jucá teria “melhores condições” de responder aos “ataques” que a legenda sofria.
O PMDB havia, então, rompido com a presidente Dilma Rousseff e passou a defender publicamente o impeachment. Com o episódio, Dilma e seus aliados passaram a acusar integrantes do partido, entre os quais Temer, de traição e de articular um “golpe” contra ela.
Acordo
Nos meses que antecederam a recondução de Temer à presidência do PMDB, senadores insatisfeitos com ele – como o próprio Jucá, Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso Nacional, e Eunício Oliveira (PMDB-CE) – passaram a articular nos bastidores uma chapa alternativa, com o objetivo de tirar Temer do comando do partido.
Temer teve de buscar um acordo com esse grupo a fim de evitar a possibilidade de não ser reeleito presidente do PMDB pelos próximos dois anos. À época, a saída encontrada por ele e seus auxiliares foi formar uma chama na qual Jucá, então terceiro-vice-presidente, passaria a ser o primeiro-vice-presidente; e Eunício Oliveira se manteria como tesoureiro. A estratégia deu certo e, com isso, Temer não enfrentou adversários.
Nos bastidores, mesmo antes da eleição, aliados de Temer e de Jucá já diziam, sob a condição de anonimato, que poderia haver um acordo para que, passada a eleição da legenda, Temer se licenciasse do cargo, o que levaria Jucá automaticamente ao comando do PMDB. Isso ocorreu 24 dias depois.