MOMENTO NÃO SERIA ADEQUADO PARA CONTA ADICIONAL DE R$ 5 BILHÕES. FOTO: AE
O presidente Michel Temer, no posto há 11 dias após a conclusão do impeachment de Dilma Rousseff, afirmou que é contra o reajuste dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Não é momento adequado, segundo ele, para gerar uma conta adicional de R$ 5 bilhões e pode ocasionar uma “cascata gravíssima” uma vez que alcança todo o Judiciário, setores da administração e o Legislativo.
Sobre a situação da economia brasileira, Temer classificou como “extremamente preocupante” diante do déficit de R$ 170 bilhões e 12 milhões de desempregados. Afirmou, porém, que antes de recuperar a economia é preciso retomar a confiança. “Quando aprovarmos o teto do gasto, encaminharmos a reforma da Previdência e ela começar a processar no Congresso, o País vai crescer… Se cresce a confiança, cresce a arrecadação, cresce a estabilidade social”, disse o presidente.
De acordo com ele, essas medidas são polêmicas, mas, no fundo, são populares. Destacou que em nenhum momento disse que irá acabar com os direitos dos trabalhadores. Sobre a jornada intermitente, em que as pessoas passariam a trabalhar 12 horas por dia e não mais 8 horas, Temer disse que a mudança possibilitaria ao trabalhador ter outro emprego ou então ficar de folga três dias por semana.
Ele afirmou ainda que o governo não pensa em diminuir os gastos com Saúde e Educação e que as sugestões para a reforma da Previdência “amadureceram muito”, mas ainda não estão concluídas. O presidente deseja se reunir com líderes e centrais sindicais e, portanto, não espera que a aprovação venha “cedo”. “Duvido que se discuta se tiver segundo turno das eleições”, admitiu Temer, que acredita que vai conseguir a aprovação da reforma da previdência “com convencimento” e uma campanha de esclarecimento.