Josias de Souza
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), insinuou que o reajuste que eleva o salário dos ministros do Supremo de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil mensais pode não ser aprovado na Câmara. “Acho que está na hora errada”, disse o deputado ao blog. “O espaço orçamentário é muito pequeno.”
Maia ponderou: “Muitas vezes, um benefício de longo prazo pode gerar uma superinflação, que vai comer todo esse benefício. A gente tinha que ter um pouco mais de paciência.” Levantou a hipótese de adiar a vigência do aumento: “Se for o caso, deixa aprovado para daqui a dois anos.”
O deputado mencionou a necessidade de poupar o próximo presidente de novas pressões fiscais. “Se ele começar bem, gerar credibilidade, ele vai gerar um crescimento rápido. O PIB potencial do Brasil é de 7% de crescimento. Aí você pode recompor alguma coisa” em termos salariais.
A despeito de sua posição pessoal, Maia realçou que o debate sobre o tema tornou-se incontornável. “Eu sou presidente da Câmara, não sou seu dono. O Judiciário vai encaminhar a proposta no Orçamento. O presidente Michel [Temer] também encaminhou. (…) Nós temos que discutir, não tem jeito.”