No dia em que sua empresa foi alvo de uma nova etapa da Lava Jato, na operação Xepa, Marcelo Odebrecht decidiu fazer delação premiada; segundo os investigadores, a empresa tinha uma estrutura para pagar propinas em obras realizadas em todo o País, para políticos de todos os partidos; resta saber se a delação de Marcelo será seletiva, focada apenas no PT, ou generalizada
247 – Após a 26ª fase da Lava-Jato, batizada de Xepa, que foi deflagrada nesta terça-feira (22), tendo como principal implicado o empreiteiro Marcelo Odebrecht, ele aceitou fazer delação premiada.
Com o que se descobriu a partir da operação Acarajé e o que será revelado após as buscas e prisões desta terça-feira, avaliavam investigadores, era “impossível” a Odebrecht negar seu envolvimento com os desvios da Petrobras e outros crimes. Por isso, os investigadores já esperavam que, depois da Xepa, o empresário aceitaria fechar acordo de delação premiada, a que ele ainda resistia, apesar de ter liberado executivos da empreiteira para colaborar com a Justiça.
A investigação
As investigações da operação Lava Jato identificaram pagamento de propina por parte da Odebrecht além do esquema de corrupção na Petrobras, com irregularidades identificadas na áreas de óleo e gás, ambiental, infraestrutura, e estádios de futebol, entre outras, disse nesta terça-feira o procurador federal Carlos Fernando dos Santos Lima.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, um esquema de contabilidade paralela da empreiteira também realizou pagamentos na Argentina e em Angola. Investigadores da força-tarefa falaram em uma “estrutura profissional de pagamento de propinas dentro da Odebrecht” durante coletiva de imprensa nesta manhã.