Josias de Souza
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Grande ideia! Para evitar que volte a chover dólar falso sobre a calva de Eduardo Cunha, todos os seres humanos sem mandato parlamentar que cruzarem os portais da Câmara serão submetidos ao detector de metais e ao raio X. Mas não se deve parar por aí. Por que não desenvolver um detector de improbidade só para os parlamentares?
No momento, o maior problema do Congresso, todos concordam, é o déficit de probidade. O próprio Cunha estimou que, se inquérito no STF virasse matéria-prima para pedidos de cassação, haveria 150 deputados encrencados no Conselho de Ética. Com um detector de desonestidade, essa gente seria impedida de circular pelos corredores da Câmara. Melhor: não poderia dar expediente no gabinete da presidência da Casa.
Deve-se considerar a hipótese de criar uma comissão suprapartidária para desenvolver junto com a comunidade científica um protótipo de detector de desonestidade. O trabalho deve tomar tempo. Até a conclusão, o ideal é mesmo reforçar a revista de funcionários e visitantes.
Outra alternativa seria aprovar um projeto tornando crime hediondo a chuva de dólares de plástico. Desse modo, ainda que o esquema de segurança falhe, quem quisesse fazer chover no Salão Verde da Câmara teria de providenciar dólares autênticos. Dependendo da soma, a revista pode ser substituída pelo tapete vermelho.