Uma suposta afirmação da presidente Dilma Rousseff, de que está sofrendo pressão por um “golpe paraguaio”, desagradou o governo do país vizinho; a chancelaria do Paraguai, país presidido por Horácio Cartes emitiu nota repudiando a declaração que foi atribuída a Dilma pelo jornal Folha de S. Paulo; o governo paraguaio convocou o embaixador brasileiro em Assunção, José Felício, a dar explicações e disse que a suposta afirmação de Dilma provocou “surpresa e desagrado” no país; a chancelaria do Paraguai afirma que o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Lugo tramitou de acordo com a Constituição; “O governo do Paraguai respeita o princípio de não intervenção em assuntos internos de outros Estados e ratifica que, na República do Paraguai, o Estado de direito e as instituições estão plenamente vigentes, sólidos e são respeitados, ininterruptamente desde 1989”, diz a nota
247 – O governo do Paraguai reagiu a uma suposta afirmação da presidente Dilma Rousseff, de que está sofrendo pressão por um “golpe paraguaio”. A chancelaria do país emitiu nota repudiando a referência de Dilma ao impeachment do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, em 2012, e convocou o embaixador brasileiro em Assunção, José Felício, a dar explicações. O governo paraguaio disse que a afirmação de Dilma provocou “surpresa e desagrado” no país. Chama a atenção que a nota reconheça que não há confirmação de que a presidente tenha feito realmente a afirmação, pois o documento fala em “suposta declaração” que foi notícia em reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
O presidente do Paraguai, Horácio Cartes, é do Partido Colorado, agremiação política que voltou ao poder na eleição de 2013, após um curto intervalo em que Lugo esteve na presidência (2008-2012). O ex-presidente paraguaio foi afastado do cargo em junho de 2012, sob alegação de mal de desempenho de suas funções. A votação do impeachment de Lugo no Congresso levou 24 horas.
Em nota, a chancelaria do Paraguai afirma que o processo de impeachment do ex-presidente tramitou de acordo com a Constituição do país.
“O governo do Paraguai respeita o princípio de não intervenção em assuntos internos de outros Estados e ratifica que, na República do Paraguai, o Estado de direito e as instituições estão plenamente vigentes, sólidos e são respeitados, ininterruptamente desde 1989”, diz a nota.
Na nota divulgada nesta sexta (9), o governo do Paraguai afirma que sempre demonstrou “vontade de integração e um diálogo pragmático” com os países da região. “No entanto, esta posição não implica aceitar a atuação que teve lugar no Mercosul, a partir de 29 de junho de 2012, quando se produziu a ilegal suspensão do Paraguai, sócio-fundador do bloco”, afirmou.