Políticos, loucos e a caneta azul – Jair Queiroz

WhatsApp
Facebook
Twitter

“De político e de louco, todos nós temos um pouco.” Adaptei essa frase do dito popular para expressar minha indignação diante da balbúrdia que tem nos acometido no âmbito político, cujos reflexos, por óbvio, impactam diretamente na nossa vida pessoal, profissional e social.

Conforme enunciado pelo Filósofo Platão, “a má administração de alguns homens faz com que a injustiça prolifere na cidade e o objetivo da política é corrigir essa injustiça. É tornar justo aquilo que é injusto”. Política, portanto, é direito e dever de todos nós e não apenas de um eleito a quem atribuímos prerrogativas para nos representar temporariamente.

Voltemos, pois, aos ensinamentos do filósofo para quem política é antes de tudo “a ciência que tem por objetivo produzir a felicidade do homem e divide-se em ética, ou felicidade individual e a política propriamente dita, dirigida ao coletivo”. Se depurarmos um pouco mais o enunciado, chegaremos muito próximo daquilo que compreendemos como religiosidade, algo intrínseco à natureza humana, conforme nos ensinou o criador da Psicologia Analítica, Carl G. Jung. Oras, se a política é pautada pela postura ética e sua prática produz a felicidade individual e coletiva, então tem o poder de nos remeter ao “éden na urbe”. Mas infelizmente não é o que acontece! Aliás, a nossa realidade política mais se assemelha ao Inferno de Dante e nem de longe lembra algo benevolente, que promova a realização social. Basta voltarmos no tempo para verificarmos que tem sido assim há pelo menos 80 anos, desde o Estado Novo, passando pelo Governo Militar e seus famigerados Atos Institucionais até abertura política no ano de 1985. A partir daí o que parecia ruim ficou pior com a sucessão de (des)governos que chegaram até os nossos dias. Ganhamos com a volta da democracia, mas nem sempre soubemos usá-la, especialmente no que tange a escolha dos nossos representantes.

Estamos acéfalos politicamente! Não que eu não considere o atual governo, que vejo como consequência direta do anterior. Até arriscaria afirmar que Bolsonaro foi eleito por uma “forcinha” do PT e não pelo seu até então capenga PSL. Diante de tantas falcatruas o povo pediu basta…só que não bastou! A situação continua crítica e governar está se tornando insustentável; ser brasileiro, idem. “Prá variar estamos em guerra” – anteviu a roqueira Rita Lee.

Entre o fogo cruzado de informações e contrainformações surgem figuras canhestras como Adélio, o portador de Transtorno Delirante Alucinatório, ou louco para os leigos, autor da facada no abdome do então candidato à Presidente. Portadores desse transtorno permeiam nossa política há muitos anos, desde os tempos de Celso Daniel e as 7 testemunhas do crime, Toninho do PT e mais recentemente Marielle Franco.

Mas eis que em meio à iminente tragédia que paira sobre nós, as redes sociais põem em cena uma figura simplória balbuciando um versejo sem tempero, mas que teve milhões de visualizações. Aí nos damos conta de que para um povo esperançoso uma simples melopeia entoada num sussurro esganiçado, enaltecendo a uma “caneta azul” é capaz de devolver o senso de humor e anestesiar o temor até que essa onda taciturna abrande. Para mim não está funcionando!

*Jair Queiroz – Psicólogo, Pó s Graduado em Segurança Pública.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20240312_051459_Facebook
Luto – Gertudes Alves Araujo Finzes
Screenshot_20240304_182440_WhatsApp
Nota de pesar - Francisco Candido Marcolino Neto
Screenshot_20240123_061932_Chrome
Bancada sindical busca consenso para apresentar contraproposta na MNNP
Screenshot_20240122_065509_Chrome
24 de janeiro é dia de luta dos aposentados e pensionistas
Screenshot_20240120_194937_WhatsApp
Luto - Ana Rosa Nogueira Gonçalves
Screenshot_20240119_060553_Gallery
Hoje seria aniversario do colega Walderedo Paiva
Screenshot_20240114_094243_Chrome
Com auxílio do Dieese, bancada sindical constrói contraproposta unificada para federais
Screenshot_20240112_184026_Gallery
Luto - Ângela Oliveira
IMG-20231222-WA0104
Salão de festas para alugar
Screenshot_20231127_060251_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Ivo José de Lucena

Últimas do Acervo

Screenshot_20240419_062632_Facebook
O Guarda Territorial, Antonio Francisco dos Santos
Screenshot_20240414_100937_WhatsApp
Joao dos Santos Goncalves, o Coruja
Screenshot_20240415_062322_WhatsApp
Um ano da morte da morte de Maria Helena Morato
Screenshot_20240412_184534_Gallery
Três anos da morte de Nivaldo Xavier de Souza
IMG-20240408-WA0190
Encontro de amigos e colegas
Screenshot_20240401_193845_Gallery
Três anos da morte de Jailda Maria Lopes Soares,
Screenshot_20240315_123923_WhatsApp
Seis anos do falecimento de JOAO FAUSTINO DE FREITAS
José Antônio Gentil
Homenageando mais um grupo de antigos companheiros da PC-RO
Screenshot_20240314_080544_Chrome
Sete anos do falecimento de Aníbal Duran Pinheiro
Segunda turma do Estado formada na nossa Academia de Polícia
Pra você que não conhecia esses policiais, saiba mais sobre esses companheiros de profissão

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens