PRISÃO DE DELCÍDIO FOI UMA TRAGÉDIA, AVALIA BERZOINI
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“A gente nunca imaginou que o Delcídio pudesse estar, digamos, preocupado com a delação de Cerveró nesse nível. Da nossa parte, é surpresa e tristeza por envolver uma pessoa que convivia conosco semanalmente. A oposição registrou no Senado que também estava triste, porque a relação sempre foi muito civilizada, cordial. Ele é uma pessoa que gosta de costurar acordos, não é um líder só de enfrentar, mas também de dialogar”, disse o ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria de Relações Institucionais, ao falar sobre a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS); ele também comentou o contingenciamento de R$ 10 bilhões anunciado ontem pelo governo federal; “Nós não queremos, por exemplo, que faltem recursos para a fiscalização ambiental, Polícia Federal e para os órgãos que exercem atividades de Estado e precisam continuar funcionando. Não são despesas obrigatórias, são despesas discricionárias, mas essenciais. Um contingenciamento com válvula de escape”
247 – O ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria de Relações Institucionais, avalia que a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS) teve grande impacto na relação entre o governo e o Congresso pelo bom trânsito que ele mantinha na base aliada e na oposição. A propósito do episódio, a nova meta fiscal acabou não sendo votada, o que travará a máquina. Em entrevista ao jornal O Globo, ele afirmou que a prisão do líder do governo no Senado foi uma “tragédia”.
“A gente nunca imaginou que o Delcídio pudesse estar, digamos, preocupado com a delação de Cerveró nesse nível. Da nossa parte, é surpresa e tristeza por envolver uma pessoa que convivia conosco semanalmente. A oposição registrou no Senado que também estava triste, porque a relação sempre foi muito civilizada, cordial. Ele é uma pessoa que gosta de costurar acordos, não é um líder só de enfrentar, mas também de dialogar.”
Questionado sobre o sentimento da presidente Dilma a respeito do ocorrido, Berzoini disse que, “da mesma forma que ele, que o Jaques (Wagner). O sentimento é assim: é uma tragédia que isso aconteça com uma pessoa que tinha um relacionamento bom na situação e na oposição.”
Berzoini afirma que o caso Delcídio não foi um problema provocado nem atingiu o Poder Executivo. Segundo ele, os fatos divulgados não são da atividade do senador de líder do governo. “Ele vai responder por isso, certamente vai prestar esclarecimentos, e o Poder Judiciário e o Ministério Público vão tomar as medidas que acharem corretas. É um fato que obviamente nos entristeceu, nos deixou chateados, mas nossa função é governar o país. Então, nós temos que continuar nosso trabalho e deixar que isso seja tratado pelas instâncias do Judiciário e do Ministério Público.”
Sobre o substituto de Delcídio na Liderança, diz que no momento evita-se falar de nomes, “justamente porque ninguém foi sondado”. “O líder do governo tem que ser uma pessoa com bom trânsito entre os líderes dos partidos. Depois, se possível, que também tenha bom trânsito com a oposição. E que tenha muita capacidade de diálogo, que perceba rapidamente quais são os impasses para alcançar os objetivos nas votações”, finaliza.
No que tange ao cumprimento da meta fiscal, ele disse que a preocupação do governo é cumprir a lei, sem deixar que haja transtorno para as pessoas que precisam dos serviços do governo. “Nós não queremos, por exemplo, que faltem recursos para a fiscalização ambiental, Polícia Federal e para os órgãos que exercem atividades de Estado e precisam continuar funcionando. Não são despesas obrigatórias, são despesas discricionárias, mas essenciais. Um contingenciamento com válvula de escape.”
O ministro insiste que não há razão para tratar do assunto dentro do governo, porque, segundo afirma, não se refere a atividades de governo. “Não houve nenhum tipo de ‘Ah, ele tava fazendo uma coisa que tinha a ver com a função dele de líder’. Não. Não tinha a ver. É só ver o que está na degravação, e você vê claramente que era uma ação dele como pessoa, não uma ação do líder do governo.”
Questiona sobre a possibilidade de o senador ameaçar o governo, Berzoini disse que não especularia ou faria exercício de futurologia. “No que se refere à sua atividade como líder, ele sempre foi muito correto e transparente na relação com o governo. Sempre agiu seguindo as orientações do governo e sempre conduziu com responsabilidade seu papel no Senado. É isso que a gente pode dizer sobre ele.”