Num discurso em dezembro de 2017, o comediante Tiririca (PR) avisou que não tentaria a reeleição, se dizendo “decepcionado com a política”, mas recuou da decisão e conseguiu se manter no Legislativo.
Teve votos de sobra para se reeleger (445 mil), o quinto mais votado, mas bem menos do que obteve em 2014 (1 milhão). Nas últimas eleições, a votação foi suficiente para carregar para a Câmara outros candidatos, de desempenho pior, o que inspirou o que se chama hoje de “efeito Tiririca”.
O ator Alexandre Frota (PSL), de filmes pornográficos, surfou na onda de Jair Bolsonaro, também de seu partido, e obteve 152 mil votos.
Ele é conhecido por se envolver em polêmicas. Em 2015, foi acusado de fazer apologia ao estupro. Num programa de TV, o “Agora é Tarde”, relatou ter feito sexo com uma mulher desacordada.
Depois que fez cenas com a ex-chacrete Rita Cadilac, afirmou ter sido como “transar com a avó”.
Num vídeo, em tom descontraído, Bolsonaro chegou a sugerir Frota para ministro da Cultura em seu eventual governo. Com a repercussão da declaração, ele explicou que isso não acontecerá até porque pretende extinguir a pasta.
Cogitado para vice na chapa do presidenciável do PSL, Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL), descendente da família real brasileira, acabou não emplacando na vaga, mas concorreu a uma cadeira na Câmara e teve sucesso, com 116 mil votos.
Conhecido como “príncipe”, ele é trineto da Princesa Isabel, tetraneto de dom Pedro 2º e hexaneto de dom João 6º.
Outro eleito, também do partido de Bolsonaro, o general Sebastião Peternelli também vai integrar a bancada paulista. Teve 73 mil votos.
Indicado para presidir a Funai (Fundação Nacional do Índio), ele acabou sendo desconvidado após protestos de movimentos indígenas.
Em uma página na internet, em março de 2016, homenageou o golpe militar de 1964: “52 anos em que o Brasil foi livre do maldito comunismo. Viva nossos bravos militares! O Brasil nunca vai ser comunista”, diz a postagem, compartilhada por 750 internautas.
O campeão de votos em São Paulo foi Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do candidato à Presidência. Ele teve 1,8 milhão de votos.
Em segundo lugar, também do mesmo partido, aparece Joice Hasselmann, com 1 milhão de votos.
Líder do MBL (Movimento Brasil Livre), Kim Kataguiri foi o quarto mais votado, com 465 mil votos, atrás de Celso Russomano, o terceiro do ranking, com 521 mil.
CELEBRIDADES ELEITAS NO PAÍS
Candidatos que já eram conhecidos antes de entrar na política e conseguiram votações expressivas nestas eleições
Leila do Vôlei (PSB-DF)
Bronze em Atlanta-1996 e Sydney-2000, foi a senadora mais votada do Distrito Federal, com 18% dos votos
Tiririca (PR-SP)
O palhaço voltou a ter boa votação para deputado federal e conseguiu sua reeleição com cerca de 445 mil voto
Joice Hasselmann (PSL-SP)
A jornalista se candidatou pelo partido de Bolsonaro, conseguiu mais de 1 milhão de votos chegou à Câmara
Alexandre Frota (PSL-SP)
O ator superou a marca 152 mil votos e se elegeu deputado federal pelo partido de Jair Bolsonaro
Celso Russomanno (PRB-SP)
Mais votado em 2014, não teve o mesmo sucesso. Mesmo assim, com cerca de 513 mil votos, se reelegeu
OUTROS DESTAQUES
Nomes conhecidos da política nacional e candidatos que surpreenderam no pleito de domingo
Policial Katia Sastre (PR-SP)
PM conhecida por matar assaltante na porta de escola se elegeu para a Câmara com mais de 260 mil votos
Kim Kataguiri (DEM-SP)
Candidato a deputado federal, o líder do MBL conseguiu se eleger com mais de 450 mil votos
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Senadora e presidente do PT, ela foi a terceira candidata mais votada para a Câmara no Paraná, com 212 mil votos
Magno Malta (PR-ES)
Um dos principais apoiadores de Bolsonaro, não conseguiu se reeleger no Senado. Ficou em 3º, com 17% dos votos
Levy Fidelix (PRTB-SP)
Outro grande apoiador de Bolsonaro, teve 31 mil votos ficou longe da vaga na Câmara dos Deputados
Fábio Fabrini/Camila Mattoso/Ranier Bragon
Folha de São Paulo