Vicente NunesEconomia
POR VERA BATISTA
Depois de muita pressão e intensa negociação do Palácio do Planalto com a oposição, o Senado aprovou hoje o pacotão de oito projetos que garantem aumento de salários aos servidores do Executivo e do Legislativo Federal. Foram beneficiadas várias carreiras. Havia a ameaça de boa parte do funcionalismo decretar greve caso a aprovação não saísse até hoje. Serão beneficiados, somente no Executivo, 1,1 milhão de funcionários. Os reajustes começarão a ser pagos nos contracheques de agosto e vão custar R$ 53,3 bilhões até 2019.
Várias grupos, porém, ficarão sem aumentos. Entre eles, estão os auditores da Receita Federal, os policiais federais e os policiais rodoviários. Mesmo tendo assinados acordos com o governo, os projetos de lei não foram encaminhados ao Congresso, uma vez que o Palácio do Planalto se intimidou com a gritaria contrária aos reajustes. Muitos economistas viram como contradição do presidente interino, Michel Temer, dar reajustes de salários ao funcionalismo num momento em que prega ajuste fiscal e anuncia que o país fechará este ano com rombo de R$ 170,5 bilhões. Esses grupos, certamente,
O acerto para a aprovação dos reajustes prevê, porém, o veto parcial, por Temer, de quatro das propostas para impedir a criação de cargos e gratificações e a transposição de carreiras de funcionários públicos. Com isso, pelo menos 14 mil vagas deixarão de ser criadas no governo. Há, porém, um risco grande para o Planalto: a possibilidade de votação, nesta quarta-feira, do aumento dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), de R$ 33,7 mil para R$ 36,7 mil neste ano e para R$ 39,2 mil em 2017, o que elevará o teto do funcionalismo, com impacto no caixa dos estados, que estão quebrados.