Ao incluir estados e municípios na nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, o governo federal ajuda governadores e prefeitos a controlarem as contas e, por isso, na avaliação do secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim, os executivos estaduais deveriam criticar menos o texto. “Eles não têm nada do que reclamar, nada. Eles deviam estar aqui, ajoelhados, agradecendo”, afirma.
Em entrevista ao Correio, o secretário lembra que a situação de alguns estados é ainda mais crítica do que a da União e que o rombo das contas das aposentadorias do regime próprio deles ficou em torno de R$ 87 bilhões em 2018. O maior foco de resistência à reforma, ainda assim, será a dos funcionários públicos, acredita Rolim. “O problema é que os servidores só querem privilégio”, diz, em relação à categoria da qual ele mesmo faz parte — é consultor de Orçamento da Câmara.
Mesmo que a reforma mantenha a economia estimada, que o secretário reforça ser de R$ 1 trilhão, ele não tem a ilusão de que o rombo da Previdência vai zerar com essa nova PEC, que é mais dura do que a do governo Michel Temer. “Não temos esse sonho. O que a gente imagina é ter um deficit sustentável”, declara. O objetivo é impedir que o rombo cresça.
O problema é que a PEC está parada na Câmara até que o governo apresente o projeto de lei que mudará as regras de aposentadoria dos militares. Rolim explica que a ideia inicial era enviar os dois textos juntos, mas o segundo ainda não está pronto. “Estamos esperando que eles (os militares) nos apresentem a proposta”, conta.
Fonte: Correio Braziliense,