Foram mais de 170 assassinatos até o dia 24, quando o governo estadual passou a esconder os números
Sob promessa de ‘punições menos pesadas’, amotinados voltam às ruas no Ceará
Militares do Exército patrulhando as ruas do Ceará, durante o motim criminoso de integrantes da Polícia Militar do Ceará – Foto: João Dijorge/Photo Press/Folhapress.
Policiais militares amotinados do Ceará decidiram encerrar na noite deste domingo (1º) após 12 dias de caos, e aceitaram voltar às ruas a partir desta segunda-feira (2).
Representantes dos policiais e do governo cearense fizeram um acordo que prevê punições “menos pesadas” aos que praticaram o crime de motim. O acordo até tornou desnecessária a exigência de anistia.
O motim teve início dia 18, o que fez explodir a criminalidade no estado nos dias seguintes. A média diária de crimes violentos saltou de cinco para 28 nos dias seguintes, com mais de uma morte por hora.
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Entre o dia 19 e o dia 24 foram registrados 170 assassinatos no Ceará. Depois, o estado decidiu não divulgar mais os dados.
A negociação entre a comissão formada pelos três Poderes do Ceará e os policiais militares travou na sexta-feira (28), quando o governo do estado rejeitou anistiar os policiais paralisados. Era uma das 18 reivindicações dos amotinados.
Uma nova proposta foi feita pela comissão, que a levou a votação na noite deste domingo e foi aprovada pelos amotinados.
Em meio à crise, o presidente Jair Bolsonaro tinha decidido prorrogar até a próxima sexta-feira (6) a GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que autoriza o emprego das Forças Armadas e da Força Nacional para reforçar a segurança do Ceará.
Nas redes sociais, o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) comemorou o fim do motim.
“Recebo com satisfação a notícia sobre o fim da greve dos policiais no Ceará. O Governo Federal esteve presente, desde o início, e fez tudo o que era possível dentro dos limites legais e do respeito à autonomia do Estado”, afirmou Moro. “Prevaleceu o bom senso, sem radicalismos. Parabéns a todos.”
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