
Representantes de várias regiões do país se reuniram em frente ao Congresso Nacional. Cem cruzes foram colocadas no gramado para representar agentes mortos em serviço.
Por Afonso Ferreira, G1 DF
Policiais civis protestam em Brasília contra a Reforma da Previdência — Foto: Afonso Ferreira/G1
Policiais civis de várias regiões do país se reuniram durante a tarde desta terça-feira (21) ao lado do Congresso Nacional, em Brasília. Eles protestaram contra a Reforma da Previdência e colocaram cem cruzes no gramado, representando policiais mortos em serviço.
De acordo com os organizadores, cerca de 4 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar do DF disse que foram aproximadamente 500 manifestantes.
O ato, organizado pela União dos Policiais do Brasil (UPB), Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ) e entidades filiadas, aconteceu um dia após o secretário especial de Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmar que não será apresentado por parlamentares um texto alternativo à proposta da Reforma da Previdência.
No projeto do governo, policiais civis, federais e agentes penitenciários e socioeducativos precisam ter 55 anos para se aposentar (entenda abaixo). O diretor da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ), Thiago Costa, disse que a categoria quer regras de transição específicas.
“Estamos aqui para chamar a atenção do governo. Queremos entrar na regra de transição e ter paridade com os militares.”
Saiba como funciona a Previdência e as regras que estão em jogo
Policiais civis colocaram cruzes no gramado, em frente ao Congresso Nacional, em protesto contra a Reforma da Previdência — Foto: Afonso Ferreira/G1 Policiais civis colocaram cruzes no gramado, em frente ao Congresso Nacional, em protesto contra a Reforma da Previdência — Foto: Afonso Ferreira/G1
Policiais civis colocaram cruzes no gramado, em frente ao Congresso Nacional, em protesto contra a Reforma da Previdência — Foto: Afonso Ferreira/G1
Mais de 20 entidades foram representadas no protesto, entre policiais civis, federais, rodoviários, agentes penitenciários e socioeducativos.
As categorias pedem ainda a manutenção da atividade de risco policial prevista na Constituição Federal, integralidade e paridade para todos os policiais, diferenciação entre homens e mulheres na idade e tempo de contribuição e pensão integral por morte em serviço ou em razão do serviço.
Saiba como é a proposta para aposentadoria dos militares
Veja o que muda para os policiais
Idade mínima
Como é: Pela regra atual, não há idade mínima para que os policiais civis e federais possam se aposentar. Os agentes penitenciários e socioeducativos não possuem regra especial.
Como pode ficar: Pela proposta do governo, para conseguir se aposentar, policiais civis, federais e agentes penitenciários precisarão ter, no mínimo, 55 anos – tanto homens quanto mulheres. O número é menor que a idade mínima do regime geral, com 62 anos para mulheres e 65 para homens.
Tempo de contribuição
Como é: 30 anos para homens, com 20 de exercício, e 25 para mulheres, com 15 de exercício.
Como pode ficar: Para policiais civis e federais, o tempo mínimo seria de 25 anos para mulheres (desde que tenham 15 anos de tempo de exercício) e 30 para homens (com 20 anos de tempo de exercício). Já para agentes, o tempo mínimo é de 20 anos, tanto homens quanto mulheres.
O tempo de exercício, no entanto, será progressivo, até chegar a 20 anos para mulheres e 25 para homens.
PROPOSTA DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA
ENTENDA: a proposta ponto a ponto
CONGRESSO: Bolsonaro entrega proposta
ÍNTEGRA: apresentação da reforma
IDADE MÍNIMA abrange setores público e privado
TRANSIÇÃO: entenda as regras propostas
APOSENTADORIA RURAL: idade mínima é de 60 anos
ALÍQUOTAS: mudança na contribuição
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO: reforma propõe mudança
REPERCUSSÃO: o que políticos disseram
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL: idoso deve ter 70 anos para receber
FGTS: proposta retira obrigatoriedade de recolhimento e pagamento da multa de 40% a empregados já aposentados
ARGUMENTOS: Veja a apresentação do governo ao defender reforma
TRAMITAÇÃO: Veja o caminho da proposta no Congresso
TEXTO DOS MILITARES: economia líquida de R$ 10,45 bilhões