Temer diz que ‘dubiedade do PT’ dificulta ajuste

WhatsApp
Facebook
Twitter


Ato Cruz
Ato Cruz

Josias de Souza

O vice-presidente Michel Temer aproveitou a reunião da coordenação política do governo para fazer um alerta. Na presença de Dilma Rousseff, ele afirmou que “a dubiedade do PT” dificulta a aprovação do ajuste fiscal no Congresso. Coordenador político do Planalto, Temer informou aos presentes que há na coligação governista um grande mal-estar.

Parlamentares do PMDB e de outras legendas se queixam de que o PT, além de não defender o ajuste, joga para a plateia e faz o papel de bonzinho diante dos trabalhadores. Contra esse pano de fundo, congressistas de partidos aliados informam que não se aninam a vestir o figurino de vilões, votando a favor de medidas que restringem o acesso a direitos trabalhistas e previdenciários.

Temer recordou na reunião uma cena do 1º Maio, Dia do Trabalho. Foi estampada em jornais do último sábado. Exibia a imagem de Lula discursando em evento organizado pela CUT. Ao fundo, havia um cartaz com mensagem contra o ajuste fiscal, que o braço sindical do PT atribui ao ministro Joaquim Levy (Fazenda), como se fosse possível dissociá-lo de Dilma.

São duas as medidas provisórias que carregam os ajustes propostos pelo governo para reequilibrar as contas desajustadas no primeiro mandato de Dilma. Levam os números 664 e 665. Ambas são relatadas por petistas. O relator da primeira é o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). O da segunda é o senador Paulo Rocha (PT-PA). Temer realçou durante a reunião algo que considerou inusual.

Para ele, os dois relatores cederam em tópicos cruciais do ajuste. Fizeram isso quase como uma concessão partidária, sem que o abrandamento das medidas fosse precedido de duras negociações políticas, como costuma suceder. Com isso, passaram para o resto da coligação a ideia de que as propostas estão sujeitas a novas mudanças.

A MP 665, pronta para ser votada nesta terça-feira (5) no plenário da Câmara, fixa um prazo de carência para que o trabalhador posse requerer o salário-desemprego. Na versão original, a carência era de 18 meses nos dois anos anteriores à demissão.

No texto do relator Paulo Rocha, o prazo foi reduzido. No primeiro pedido de seguro-desemprego, o trabalhador terá de comprovar que trabalhou pelo menos 12 meses nos 18 meses anteriores à demissão. No segundo pedido, a carência cai para nove meses. Daí em diante, o prazo será de seis meses ininterruptos de trabalho.

Paulo Rocha abrandou também a regra referente ao abono salarial. Na versão original do governo, só teriam acesso ao abono os trabalhadores que comprovassem vínculo empregatício formal por pelo menos 180 dias. No texto do realtor petista, o prazo foi encurtado para 90 dias.

A MP 664, que deve chegar ao plenário na quarta-feira, também foi alterada pelo deputado Carlos Zarattini. Pelo texto original, o cônjuge ou companheiro teria de contribuir à Previdência por pelo menos 24 meses para ter acesso à pensão por morte. O relator reduziu esse prazo para 18 meses.

Temer disse o óbvio aos membros da coordenação política do governo: as concessões feitas pelos relatores petistas reduzem a economia que o governo pretendia fazer com seu ajuste. A certa altura, soou categórico: ou o PT assume a defesa do ajuste, ou será mais difícil aprová-lo.

Um dos representantes do PT na reunião, o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações), disse que o partido não se esquivará de suas responsabilidades. Acenou com a hipótese de a legenda fechar questão em relação à matéria, o que obrigaria seus congressistas a votarem a favor.

De resto, Temer sugeriu que o governo se abstenha de assumir posições categóricas sobre a terceirização de mão de obra antes do término da tramitação da proposta no Legislativo. O problema é que Dilma já endossou as posições de Lula e da CUT contra a terceirização da chamada atividade-fim de cada empresa. Algo que irritou os governistas que ajudaram a aprovar a matéria na Câmara. Para Temer, esse desgaste é desnecessário, já que o projeto ainda está sujeito a sofrer alterações no Senado.

Em público, Temer soou, como de hábito, mais otimista. Disse ter a “convicção” de que o governo prevalecerá na votação do ajuste fiscal. E vacinou-se contra eventuais erros de prognóstico: “Estou sugerindo ao PT, que tem entrosamento com os trabalhadores, as centrais [sindicais], para que o PT por inteiro se dedique a essa aprovação, assim como os demais partidos da base aliada.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241208_210649_WhatsApp
Luto - David Barroso de Souza
Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.

Últimas do Acervo

Screenshot_20241020_205838_Chrome
Dez anos do falecimento do colega, Henry Antony Rodrigues
Screenshot_20241015_190715_Chrome
Oito anos do falecimento do colega Apolônio Silva
Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
07-fotor-202407269230
Vário modelos de Viaturas usadas em serviço pela PC RO
Screenshot_20240831_190912_Chrome
Dois anos da morte do colega Aldene Vieira da Silva
Screenshot_20240831_065747_WhatsApp
Quatro anos da morte do colega Raimundo Nonato Santos de Araújo
Screenshot_20240827_083723_Chrome
Quatro anos da morte do colega Altamir Lopes Noé
Screenshot_20240811_181903_WhatsApp
Cinco anos do falecimento do colega Josmar Câmara Feitosa

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens