Executivos da Camargo Corrêa confirmam propina

WhatsApp
Facebook
Twitter



Em depoimento prestado nesta segunda (4) à Justiça Federal em Curitiba, dois executivos da empreiteira Camargo Corrêa confirmaram ao juiz Sérgio Moro pagamento de propina em contratos com a Petrobras; Eduardo Hemerlino Leite e Dalton Avancini disseram que 1% dos contratos da empresa eram pagos às diretorias de Abastecimento e de Serviços; eles relataram que o pagamento de propina era institucionalizado na empreiteira; Leite e Avancini disseram que, quando ocuparam cargo na diretoria de Óleo e Gás da empreiteira, foram informados, durante a troca de diretoria, sobre os pagamentos de propina

André Richter – Repórter da Agência Brasil

Em depoimento prestado hoje (4) à Justiça Federal em Curitiba, dois executivos da empreiteira Camargo Corrêa confirmaram ao juiz Sérgio Moro pagamento de propina em contratos com a Petrobras. Eduardo Hemerlino Leite e Dalton Avancini disseram que 1% dos contratos da empresa eram pagos às diretorias de Abastecimento e de Serviços. Os fatos são investigados na Operação Lava Jato.

Os executivos relataram que o pagamento de propina era institucionalizado na empreiteira. Leite e Avancini disseram que, quando ocuparam cargo na diretoria de Óleo e Gás da empreiteira, foram informados, durante a troca de diretoria, sobre os pagamentos de propina.

Segundo Leite, a Camargo Corrêa pagou R$ 63 milhões à Diretoria de Serviços, então comandada por Renato Duque, e R$ 47 milhões, à Diretoria de Abastecimento. Os pagamentos ocorreram principalmente nas obras da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

“Na verdade, o que variava era a capacidade de cumprir esse fluxo. Como os valores eram muito altos, esse 1% era um valor significativo. Pelo menos na Camargo, por não operar sistema de caixa dois, havia uma dificuldade muito grande para efetuar qualquer tipo de pagamento e quase impossível honrar esse fluxo de 1%”, disse Leite.

Segundo Eduardo Hemerlino, o ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa e Renato Duque, ex-diretor de Serviços, cobravam os valores devidos de propina mesmo depois de deixarem a Petrobras.

“Eu herdei essa pactuação. Me foi informado que isso [pagamento de propina] deveria ocorrer. Do ponto de vista, se isso representava alguma vantagem, eu diria que, se não pagasse, teria muita dificuldade da gestão contratual com a Petrobras. Era uma condição para celebrar o contrato. Você não paga na celebração, você paga durante, depois, durante a obra, mas você tinha que sinalizar a aceitação”, declarou.

Dalton Avancini também confirmou que o pagamento de propina era “regra do jogo” para as empresas que tinham contrato com a estatal. “Existia um compromisso de 1% para a área de Abastecimento e 1% para a área de Serviços, e que esses valores se destinavam a partidos. Quem apoiava área de abastecimento era o PP e quem apoiava a área de Serviços era o PT”, afirmou.

Os dois executivos assinaram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e cumprem prisão domiciliar, monitorada por tornozeleira eletrônica.

Paulo Roberto Costa também fez acordo de delação premiada e cumpre prisão domiciliar. Renato Duque foi preso no mês passado na 12ª fase da Operação Lava Jato. A defesa do ex-diretor nega recebimento de propina no período em que ele comandou a Diretoria de Serviços.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.
Screenshot_20240701_163703_WhatsApp
Luto - Jesse Mendonça Bitencourt

Últimas do Acervo

Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
07-fotor-202407269230
Vário modelos de Viaturas usadas em serviço pela PC RO
Screenshot_20240831_190912_Chrome
Dois anos da morte do colega Aldene Vieira da Silva
Screenshot_20240831_065747_WhatsApp
Quatro anos da morte do colega Raimundo Nonato Santos de Araújo
Screenshot_20240827_083723_Chrome
Quatro anos da morte do colega Altamir Lopes Noé
Screenshot_20240811_181903_WhatsApp
Cinco anos do falecimento do colega Josmar Câmara Feitosa
João Caetano da Silva, que foi Pracinha da Segunda Guerra Mundial
Uma breve História de Guardas Territorias de Rondônia
Screenshot_20240724_173111_WhatsApp
Quatro anos do falecimento do colega Lourival Brito de Souza.

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens