Como a mídia irá tratar a propina da Era FHC?

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A notícia mais relevante deste início de 2016 é a delação premiada de Nestor Cerveró, em que ele aponta uma propina de US$ 100 milhões (ou “um Barusco”) numa operação polêmica fechada pela Petrobras, no apagar das luzes do governo FHC; à época, engenheiros da Petrobras já falavam em sobrepreço de US$ 300 milhões; pelas redes sociais, FHC se revoltou com o que chamou de “afirmações vagas”, mas não custa lembrar que a delação de Cerveró pode ser apenas o princípio de uma investigação; além disso, Cerveró cresceu sob as asas de Delcídio Amaral, que já foi filiado ao PSDB, tendo sido nomeado diretor no governo FHC; para completar, o operador Fernando Baiano conheceu Cerveró pelas mãos de Gregório Marin Preciado, parente de José Serra que já foi arrecadador de recursos para o PSDB; isenção e rigor investigativo da imprensa serão testados
247 – A quantia de US$ 100 milhões se tornou emblemática na Operação Lava Jato, quando se soube que um gerente da Petrobras, chamado Pedro Barusco, estava devolvendo este valor em seu acordo de delação premiada. Cunhou-se até uma moeda: US$ 100 milhões passaram a ser convertidos em “um Barusco”.

Agora, neste início de 2016, surgiu novamente uma polêmica de US$ 100 milhões – só que desta vez envolvendo o PSDB e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O caso apareceu na delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras, em que ele apontou uma propina deste valor numa operação fechada no apagar das luzes do governo FHC: a compra do grupo argentino Pérez Companc (leia mais aqui).

Por meio das redes sociais, FHC protestou:

“Não tenho a menor ideia da matéria. Na época o presidente da Petrobrás era Francisco Gros, pessoa de reputação ilibada e sem qualquer ligação politico partidária. Afirmações vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido, sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação”.

Ocorre que a delação de Cerveró pode ser apenas o ponto de partida para uma ampla investigação sobre uma operação que foi duramente criticada à época. Quando a operação foi fechada, engenheiros da Petrobras já falavam em sobrepreço de US$ 300 milhões (leia mais aqui).

Não custa lembrar que Cerveró cresceu sob as asas de Delcídio Amaral, que já foi filiado ao PSDB, tendo sido nomeado diretor no governo FHC. Para completar, o operador Fernando Baiano conheceu Cerveró pelas mãos de Gregório Marin Preciado, parente de José Serra que já foi arrecadador de recursos para o PSDB – no entanto, Baiano protegeu Preciado em sua delação (leia aqui).

Os próximos dias serão um teste para a isenção e o ímpeto investigativo da imprensa brasileira.

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