Suicídio (Enforcamento)
Ainda no princípio da década de 80, na qualidade de perito criminal/diretor/IC/DPT/SSP/RO, por solicitação do órgão competente, compareci a Sede da Policia Federal em Porto Velho, onde tive como objetivo, efetuar um levantamento pericial em uma das celas ali existentes, local onde ocorrera uma morte violenta (suicídio).
Antes da realização do levantamento técnico pericial, tive a informação de que se tratava de um indivíduo traficante de drogas, dentre outros que estavam sendo procurados.
Ao adentrar na aludida cela, constatei tratar-se de uma pessoa do sexo masculino, cor morena, compleição franzino, cor morena, estatura média 1,74m, achava-se de cueca, na posição vertical, cabeça pendida para a direita, com os dedos dos pés tocando ligeiramente o piso, preso a um laço artesanal feito com tecido de calça jeans, cor preta, com uma de suas extremidades fixa a uma grade de ferro situada na parede dos fundos do xadrez, e a outra envolvendo o seu pescoço.
Um detalhe que nos chamou a atenção: membros superiores esticados e paralelos ao corpo, com as mãos ermeticamente fechadas, em razão de contrações musculares.
Ditas características, definem como sendo a modalidade de asfixia mecânica determinada pela constrição do pescoço por um laço cuja extremidade se achava fixa a um ponto dado, agindo o próprio peso do individuo com força viva.
Quando o laço é acionado pelo próprio peso do corpo da vítima, esta, imediatamente perde a consciência, isto é, mesmo se debatendo contra parede ou outro obstáculo fixo, não tem o ânimo de poder erguer os braços na tentativa de livrar-se do laço.
É importante ressalvar a que a autoridades processastes no caso os colegas delegados, não devem permitir que presos, como traficantes de drogas ilícitas e de outras modalidades de crimes, fiquem com suas roupas quando de suas permanências no cárcere.
Bacharel Francisco Ribeiro Lima
Del./Policia/Perito Criminal/IC/DPT/SSP/Ex-Território/Federal/RO