Francisco Alves Cipriano e mais uma de suas histórias na Polícia Civil

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Nas minhas histórias sempre falo sobre taxi pelo fato de eu ter trabalhado como taxista antes de entrar para polícia e mesmo não trabalhando mais como taxista,  assim mesmo continuei usando o taxi e sempre que chegava no primeiro Distrito Policial estacionava o taxi do outro lado da rua e por isso a maioria das pessoas entendiam que eu estava esperando passageiro.

Um dia um colega taxista me perguntou se eu estava tendo problemas com a polícia, pois tinha visto por três dias seguidos o meu táxi parado em frente à delegacia, eu respondi que não e que estava trabalhando lá e ai ele ficou muito admirado e feliz por saber que eu estava bem profissionalmente, pois conseguira um emprego fixo.

Certo dia circulava pelas ruas de Porto Velho e ai peguei um passageiro, que poucos minutos depois de entrar no táxi, indagou se eu tinha outra profissão além de taxista, quando então eu respondi que também era funcionário público,  ele logo perguntou em qual secretária eu trabalhava, tendo respondido ao mesmo  que era na secretária de segurança pública, quando então  ele logo perguntou se eu era policial e diante da minha confirmação ele para minha surpresa respondeu, que se estivesse no meu lugar não aceitaria exercer nenhuma das duas profissões, pois na visão dele passageiro nas duas categorias só trabalhavam pessoas de mau caráter, quando então lhe respondi que quem esta do lado de fora só enxerga o lado negativo e que na minha opinião a maioria das pessoas que atuavam nessas profissões eram pessoas que trabalham com dedicação e responsabilidade, e que no futuro eu pretendia parar de trabalhar como taxista e me dedicar apenas a carreira de policial até chegar o momento de me aposentar.

Realmente não podemos negar que em qualquer profissão existem pessoas que são desonestas, na classe dos taxistas por exemplo, Dr. Elias que era delegado de polícia, uma certa vez me disse que viajando de táxi da cidade para o interior do Estado e pagou um determinado valor de sua residência até a rodoviária, ao retornar para a cidade de Porto Velho  já trazia consigo o mesmo valor que havia pago ao taxista na ida, ao desembarcar na rodoviária da capital, pegou um taxi até a sua residência, chegando lá perguntou quanto tinha dado o valor da corrida, tendo o taxista lhe cobrado o dobro do valor que o mesmo tinha pago na ida. Surpreso o Dr. Elias apenas deu uma risada e disse que daria naquele momento apenas o valor que tinha em mãos e que no dia seguinte o taxista fosse até o terceiro D.P, onde ele trabalhava como delegado, para pegar o restante do valor. Ora, o taxista que durante todo trajeto estava com uma cara nada amigável logo se mostrou alegre e sorrindo disse que o delegado não devia mais nada e que estava tudo certo.

Já na classe dos policiais, trabalhando no quarto Distrito Policial. eu estava aguardando um colega policial que iria trabalhar naquele plantão comigo, o colega entrou as pressas no comissariado e um cidadão entrou logo atrás dele me perguntando se o colega também era policial, quando então eu respondi que sim, e a pessoa informou que era taxista e que o colega que entrará correndo no DP  não queria lhe pagar a corrida. Surpreso eu pedi que ele sentasse e fui atrás do policial, pedindo que ele acertasse a corrida com o taxista, mas ele na maior cara de pau, disse que não tinha dinheiro. Dito isso, para resolver logo aquela situação, eu decidi me responsabilizar pelo pagamento da referida corrida, ficando claro naquele momento para mim, que no nosso meio existiam os bons e maus policiais.

O passageiro que citei no início da história, até tinha razão de me oferecer aquele conselho, mas da mesma forma que o Dr. Pedro Marinho não aceitou o conselho do amigo Cabeça Branca – Mas essa se trata de uma outra história –  eu também não aceitei o conselho daquele passageiro.

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