Quando nos reportamos ao nosso passado profissional, nos vem a memória episódios que marcaram toda nossa existência no trabalho no Instituto Medico Legal de Rondônia.
Naquela época, década de 80, na cidade Porto Velho, eu como diretor do Instituto de Criminalística e exercendo a função de Perito Criminal, compareci a um local de crime (homicídio), onde após o levantamento pericial, liberei o cadáver para o IML para que fosse submetido ao exame de necropsia.
Como de costume fui acompanhar o procedimento médico legal, o qual teve como legista o meu grande amigo Doutor Francisco Xavier Parente, exímio profissional dessa área.
Naquela ocasião, Parente sempre bem vestido, usava uma camisa social e uma gravata bem ajustada ao pescoço, com muito esmero e com o apoio de seus auxiliares, de posse de um bisturi ele Parente deu inicio ao trabalho, não observando entretanto, que a boca do cadáver achava-se aberta, tendo em vista que a rigidez cadavérica ainda não havia se instalado, quando então ele Parente chegou muito próximo ao corpo sobre a mesa de necropsia e a ponta de sua gravata adentrou na boca do cadáver, exatamente no momento em que a mesma se fechava.
Meu Deus! O colega Parente começou a lutar para salvar a sua vistosa gravata, fazendo muita força, mas tudo em vão, pois a gravata continuava presa na boca do cadáver e Parente em apuros, pois quanto mais ele erguia a cabeça, mais lhe apertava a gravata ao pescoço e sem nenhuma outra opção, teve que cortar a sua gravata com o próprio bisturi.
Ao final do episódio, o Doutor Parente além de perder a gravata, ainda teve que usar um colete cervical por uma semana!
Oportunamente narrarei outros casos relativos ao nosso passado na Polícia Civil.