Delegado Francisco Ribeiro Lima
Foi um verdadeiro milagre, justamente no dia 15 de outubro do ano de 1980, quando o BOEING – 737 da VASP, de Prefixo PPSMH, procedente de São Paulo, com 72 passageiros a bordo, com escalas em Campo Grande, Cuiabá, Porto Velho, Rio de Janeiro, Manaus, Santarém-Belém.
No percurso – Cuiabá – Porto Velho, os comissários de bordo sentiram um cheiro diferente, como se algum fio elétrico estivesse queimando. O Comandante da Aeronave ao perceber tal coisa estranha,
empreendeu maior velocidade durante o vôo, fazendo com que o pouso no Aeroporto Belmonte em Porto Velho ocorresse antes do tempo previsto.
Logo após a aterrissagem da Aeronave, o inesperado aconteceu no momento em que foi aberta a porta do bagageiro, tamanha fora a surpresa de funcionários do Aeroporto, uma fumaça negra saia em meio as bagagens dos passageiros, o que veio a chamar a atenção dos funcionários da VASP e CORPO DE BOMBEIROS local, os quais pensando tratar-se de um princípio de incêndio, acorreram à Aeronave jogando simplesmente água, cuja ação contribuiu mais ainda o acúmulo de fumaça que formava um grande cogumelo ao ar.
combate à fumaça negra, que na verdade eram gases tóxicos, foi que os bombeiros se aperceberam que não se… tratava de curto-circuito na instalação elétrica da Aeronave, nem tampouco um princípio de incêndio, sendo que o fato só foi revelado após os exames periciais efetuados no interior do bagageiro, cuja causa surpreendeu não só aos passageiros que se achavam a bordo, como também aos comissários de bordo e ao próprio Comandante, uma vez que se tratava de Produtos Proibidos para o Transporte Aéreo, como sendo: “Ácido Clorídrico, Carvão Ativado, Oxalato de Potássio Crist. Fonnaldeido P.A, Sulfato de Cobre “Cúprico”, etc.
É importante ressalvar que a fiscalização nos aeroportos seja mais rígida, para que possa proporcionar maior segurança nos vôos.
Assim, como aconteceu apenas o risco de uma tragédia, poderia ter sido muito mais catastrófica culminando com a morte de 72 passageiros a bordo, bem como de toda tripulação da Aeronave.
Na qualidade de delegado de policia/perito criminal/diretor do IC/DPT/SSP, então Território Federal de Rondônia, realizei o Exame Técnico Pericial na Aeronave em referência, auxiliado pelo perito criminal Elias da Silva Mariano.
Bacharel Francisco Ribeiro Lima
Delegado/Policia/Perito Criminal
Ex-Território Federal de Rondônia