Walderedo – Pedro Marinho conta mais uma história da PC

WhatsApp
Facebook
Twitter

Walderedo e o valentão do bar que desafiava a Polícia

 

No início da década de 80, a nossa policia passava por muitas transformações com a contratação de novos policiais e delegados graduados em Direito, pois com o advento do garimpo estavam chegando muitos garimpeiros e dentre esses que buscavam melhoras para as suas vidas, vinha também muitos indivíduos de má índole, muitos deles até procurados pelas polícias de outros Estados da Federação.

No interior do nosso Estado, a carência de efetivo policial era muito maior, o que gerava muita desordem e aumento da violência, inclusive com a frequencia de muitos crimes de pistolagem em questão de brigas por terras, com a ação de pistoleiros nos municípios como Jaru, Ouro Preto e Ji-Paraná ou seja,  praticamente em todo Estado.

Naquela oportunidade, foram trazidos do Estado da Paraíba, cerca de vinte bacharéis em Direito, dentre eles Walderedo Paiva dos Santos, halterofilista e eleito Mister Paraíba, um homenzarrão com cerca de 1,85 m, 110 quilos, que pela sua aparência inglesa – que lhe rendeu uma participação no filme ‘Menino de Engenho’ – com  seus olhos azuis chamava a atenção de todos, pois o seu biótipo era bem diferente daqueles da nossa região e ele Walderedo pela sua força física, logo foi apelidado de ‘Mão de onça’, cujo apelido foi dado pelo repórter policial Dalton Di Franco, depois de receber dele um aperto de mão de esmagar os ossos.

Certa feita vez ao chegar numa dessas cidades, o delegado Walderedo Paiva num jipe Gurgel e na companhia de dois policiais foi recebido pelo colega titular e em dado momento eis que entram esbaforidos no gabinete dois policiais lotados ali e logo se dirigem ao titular: Doutor, ta difícil o valentão tá desafiando todo mundo lá no bar, não respeitou os militares chamando os mesmos de meganhas e muito menos a nós, ele está com uma faca encostado na parede, desafiando a todos, o jeito vai ser atirar nele.

Walderedo ao ouvir aquele relato, entendeu como uma grande falta de respeito com  a polícia e ato continuo, considerando o pequeno efetivo da delegacia,  falou para o delegado me apontem o local, pois vou dar um jeito nesse valente e seguiu para o bar. Descendo do carro, com certa dificuldade em razão da sua altura e deixando a porta do Gurgel totalmente aberta, Walderedo parou na porta do bar gritou: ” Seu Cabra de peia, seu fdp, tá vendo aquele carro ali parado, sem um pio embarque nele agora, pois quem está mandando sou eu, Walderedo Paiva dos Santos”.

O então valentão olhou de alto a baixo para Walderedo e claro,  temeroso da estampa do delegado e para preservar a sua integridade física, com um sorriso amarelo nos lábios, colocou a faca sobre uma mesa, olhou para os policiais que antes ele havia desafiado e disse: “Com vocês eu jamais iria, mas com esse homem super educado, eu vou tranquilamente”.

De cabeça baixa então caminhou em direção a porta e passando rente a Walderedo, que tomava mais da metade do caminho,  retirou o chapéu, levantou os olhos e respeitosamente cumprimentou Walderedo, seguindo então sozinho para a viatura, quando então Walderedo foi  efusivamente aplaudido pelos curiosos que cercavam o bar e ele o desordeiro vaiado.

No ano de 1982 Walderedo, com o apoio da categoria e de muitos admiradores junto à população, foi eleito deputado estadual constituinte e foi ainda várias vezes secretário da Segurança e Secretário de Justiça. Walderedo já aposentado como delegado de polícia faleceu na sua terra natal João Pessoa-PB.

 

Voltaremos com outras notícias, pois a idéia será no futuro publicar um livro de memórias de nossos feitos na instituição policial civil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241208_210649_WhatsApp
Luto - David Barroso de Souza
Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.

Últimas do Acervo

Screenshot_20241020_205838_Chrome
Dez anos do falecimento do colega, Henry Antony Rodrigues
Screenshot_20241015_190715_Chrome
Oito anos do falecimento do colega Apolônio Silva
Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
07-fotor-202407269230
Vário modelos de Viaturas usadas em serviço pela PC RO
Screenshot_20240831_190912_Chrome
Dois anos da morte do colega Aldene Vieira da Silva
Screenshot_20240831_065747_WhatsApp
Quatro anos da morte do colega Raimundo Nonato Santos de Araújo
Screenshot_20240827_083723_Chrome
Quatro anos da morte do colega Altamir Lopes Noé
Screenshot_20240811_181903_WhatsApp
Cinco anos do falecimento do colega Josmar Câmara Feitosa

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens