A arte de aprender e a arte de ensinar – Rodrigo Augusto Macedo Marinho

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A Maçonaria é uma união de homens livres e de bons costumes, escolhidos entre aqueles que, a par de boas qualidades, tenham instrução suficiente para compreender e praticar os ensinamentos maçônicos. É uma escola de aperfeiçoamento pessoal e social, disseminada em diversas lojas pelo mundo. Pratica a fraternidade, o amor ao próximo, constitui um modelo de Paz Universal, Justiça e Igualdade. É a base dos deveres para com a Pátria, a Família e a Sociedade.

O Aprendiz é o primeiro grau da maçonaria simbólica, neste grau o neófito tem o dever de aprender e o primeiro dever de um bom maçom é trabalhar em si mesmo.

Antigamente o aprendiz era o auxiliar dos mestres de obra, ele via e aprendia, pois, filosoficamente, não sabia ler e nem escrever.

Aprendemos que, sendo o primeiro grau, o alicerce da filosofia simbólica, compete ao Aprendiz Maçom o trabalho de desbastar a pedra bruta, transformando-a em pedra polida, que nada mais é que, por meio do ensinamento, possa ocorrer nossa transformação moral. Para tanto usamos o Maço e o Cinzel, nossas primeiras ferramentas.

Nesta fase, o aprendiz maçom recém chegado das realidades nefastas do mundo profano e que está em processo de adaptação ao aperfeiçoamento necessita do apoio incondicional de seus mestres.

Neste sentido, o Mestre Maçom tem um importante papel: Ensinar.

Assim como no mundo profano, na fase de criação da personalidade, aprendemos o que vemos e ouvimos, o mestre tem um importante dever que é voltar aos primeiros passos na Ordem e colocar em prática o que aprendeu. É um ciclo, aprendemos para mais tarde ensinar. E isto torna a responsabilidade do mestre maçom ainda maior, pois o que mais importa não é o que aprendemos, mas sim com quem aprendemos.

A arte de aprender e a arte de ensinar estão intimamente interligadas, porque a arte de ensinar consiste na pratica de começar a ensinar a si mesmo.

Muitas vezes presumimos, em determinada fase da vida, que já não precisamos mais aprender, assim como acontecem com alguns universitários quando se formam, muitos chegam a esquecer da necessidade de continuar a estudar e de cada dia aprender uma nova coisa.

O maior Mestre que já passou por este mundo, chama-se Jesus de Nazareth. Em momento algum Jesus se considerou diferente, ou seja, Deus. Ele sempre se auto intitulou como o Filho do Homem, jamais aceitou qualquer outro tipo de

qualificação, admitiu apenas um único título que foi o de Mestre. E não há dúvidas, Jesus foi um Mestre, por excelência, porque não lecionou em nenhuma faculdade, não escreveu nenhuma linha, mas conseguiu algo muito superior: gravou seus ensinamentos no coração dos seus seguidores e estes quando certa vez lhe perguntaram qual é o maior no reino dos céus, ele não precisou de muitas qualificações técnicas para tirar esta dúvida: pegou uma criança no colo e disse: “Quem, pois se tornar humilde como este menino será o maior no reino do céu.”(MT. 18, 1-4)1

Ao iniciarmos na Ordem, aprendemos que na maçonaria se busca valores contrários ao do mundo profano, na maçonaria buscamos o aperfeiçoamento moral, o respeito pelo outro, a ponderação, a paciência, entre tantas outras qualidades que elevam a alma e não simplesmente a matéria.

O aprendiz por sua natureza é um neófito que está ávido por explorar os caminhos da arte real, é o novo, e o novo desperta interesses e curiosidades, e nessa caminhada pode dar passos maiores do que as pernas, ou seja, pode errar.

Não podemos esquecer as sábias palavras do Papa Francisco, quando em recente visita ao Brasil, indagado por um repórter sobre as manifestações dos jovens, respondeu “O jovem tem a ilusão da utopia e a utopia não é sempre negativa. A utopia é respirar e olhar adiante. O jovem tem menos experiência de vida, mas às vezes a experiência nos freia. E ele tem mais energia para defender suas ideias. Um jovem é essencialmente um inconformista e isso é muito lindo. É preciso ouvir os jovens, cuidar para que não sejam manipulados”., concluiu o santo padre.2

Por esta razão o Mestre com toda a paciência e ponderação, que já lhe é peculiar, deve ajudar o aprendiz.

Na visão do irmão português Mestre Rui Bandeira da loja Affonso Domingues: Ser Mestre Maçom é descobrir que a melhor forma de aprender é ensinar e assim escrupulosamente executar o egoísmo de ensinar os mais novos, os que ainda estão a trilhar caminhos que já trilhou, dando-lhes o valor das suas lições e assim ganhando o valor acrescido do que aprende ensinando – e sempre o homem atento aprende mais um pouco de cada vez que ensina.3

Já ouvi uma pergunta várias vezes “O que é que você ganhou quando entrou na maçonaria?”. Temos que entender que esta pergunta quando feita por um profano,

pessoas, por vezes, cheias de defeitos e apegadas às coisas do sistema capitalismo, se trata de ganho material e neste sentido, nós não ganhamos nada. Pelo contrário, temos que tirar dinheiro do bolso, uma vez que a Ordem nos impõe obrigações pecuniárias. No entanto o “ganho” em fazer parte da Irmandade é justamente o ensino que recebemos diariamente, quando nos confrontamos com a moral maçônica. Os valores morais da ordem são tão sólidos que são capazes de modificar a nossa visão sobre o mundo, e assim nos fazendo lutar com avidez por uma sociedade cada vez mais livre, justa e fraternal.

A maçonaria como uma Ordem Social, é fundada na base da hierarquia, assim o Mestre Maçom tem os aprendizes na sua dependência, mas deve sempre tratá-los com bondade, respeito e humildade, porque são seus iguais perante o Supremo Arquiteto, usando da sua autoridade para ensiná-los e evitando tudo o que poderia tornar a subordinação penosa e traumática. E o aprendiz, por sua vez, como bom subordinado, sabe qual é sua devida posição, e tem o dever de aprender com seus mestres, observá-los e copiá-los.

Assim, em todas as Lojas os Aprendizes e os Companheiros, estarão sempre olhando para os Mestres.

Quando entramos na Ordem recebemos uma missão: o de buscarmos a perfeição, e o bonito da Ordem, é mesmo conscientemente sabendo que não iremos galgar este posto, dada a fraqueza da carne, algo superior e mais forte faz com que os bravos homens persistam na arte de edificar templos a virtude, cavando masmorras ao mal.

Ser Maçom não é dom, não é posto, e não é status, ser maçom é o reconhecimento de atos, atos praticados dentro de loja, e, sobretudo fora da mesma, assim concluímos que devemos sempre está aprendendo, ensinando e principalmente praticando, pois ninguém pode-se dizer maçom, como tal poderemos ser reconhecidos.

Ir.’. Rodrigo Augusto M. Marinho A.’.M.’.

A.‘.R.‘.L.‘.S.‘. Estrela de Rondônia nº 2106 -GOB/RO, Benfeitora da Ordem.

Or.`. Porto Velho – RO – Esse artigo foi publicado na revista Consciência , na edição de nº 117 – Essa revista é uma das maiores referência de trabalhos maçônicos do Brasil.

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