Ex-presidente, que também está preso, apontou ‘espetáculo‘
Tiago Vasconcelos
O ex-presidente Michel Temer ao ser escoltado, preso, por policiais. (Foto: Nelson Antoine/Folhapress)
Nunca uma prisão da Lava Jato foi tão contestada, apesar de “máfia” ter sido a expressão menos ácida dos procuradores ao explicá-la. Até o detento Lula protestou no Twitter: “MP e PF não podem ficar fazendo espetáculo”. O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, “Kakay”, também acha, e diz que é “para pressionar o Judiciário e constranger os investigados”. Outros líderes de oposição a Michel Temer, como o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), não viram motivo para medida tão drástica. Tampouco o juiz Marcelo Brêtas o citou em sua decisão. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
De convicção política próxima da esquerda anti-Temer, Kakay criticou a “empáfia e arrogância da estrutura de marketing da Lava Jato”.
No Senado, não se falava em outra coisa: desengavetar um projeto de lei que pune o “abuso de poder” no ministério público e na Justiça.
A irritação dos parlamentares aumentou de tom quando lembraram que a prisão de Temer servia para celebrar o 5º aniversário da Lava Jato.
A lei prevê prisão preventiva para casos concretos e comprovados de obstrução da Justiça, coação de testemunha ou ameaça de fuga.