Crise leva Câmara a discutir o parlamentarismo

WhatsApp
Facebook
Twitter

Fabio Pozzebom

Fabio Pozzebom
Josias de Souza
Em reunião marcada para a manhã desta terça-feira, a comissão que discute na Câmara a reforma política começará a ouvir os presidentes dos partidos. Convidado, o deputado Roberto Freire (SP), que preside o PPS, fará uma sugestão ousada. Ele deseja que a comissão apoie o envio ao plenário de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que está pronta para ser votada há 14 anos, desde 2001. Prevê a adoção do regime parlamentarista no Brasil.

Freire já conversou sobre o tema com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem cabe gerenciar a pauta de votações. “Ele me disse que não é avesso à ideia”, conta o deputado. Freire falou também com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). “As oposições não podem continuar espectadoras dessa crise”, sustenta Freire. “Temos que apresentar uma alternativa democrática.”

Chama-se Eduardo Jorge o autor da PEC desencavada por Freire. Ex-presidenciável do PV, ele era deputado federal pelo PT paulista quando apresentou a proposta, em 1995, ainda sob FHC. Foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, que considerou o texto constitucional. Submetida a uma comissão especial como essa que agora debate a reforma política, a PEC do parlamentarismo foi aprovada em 2001.

Desde então, a proposta está pronta para ser levada ao plenário da Câmara. Aguarda por um entendimento político que desbloqueie a votação. E Freire acredita que a crise atual é um convite à reflexão. “Temos de oferecer ao país um modelo que dê às crises a perspectiva de uma solução constitucional e permanente. No parlamentarismo, quanto maior a crise, mais radical é a solução.”

Freire prosseguiu: “Não aconteceria mais um cenário como o atual, em que um governo sem maioria, acumulando derrotas no Congresso, continua governando. Em casos assim, simplesmente cai o gabinete. Se não for possível compor uma nova maioria, dissolve o Congresso e convoca novas eleições.”

Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, deu declarações recentes a favor da fórmula. “Temos uma Constituição parlamentarista com um regime presidencialista”, disse Cunha, em entrevista ao SBT. “Isso já é um problema. É claro que o parlamentarismo protegeria muito o chefe de Estado, no caso da Presidência da República, das crises. […] É claro que isso é uma discussão de futuro que vai voltar. Provavelmente, voltará”

Nessa entrevista, Cunha ponderou que o parlamentarismo não poderia surgiu como solução para a crise que enredou Dilma. “Mas acho que discutir isso para o futuro seria uma coisa boa”, disse. Freire concorda. Afirma que a PEC apresentada pelo ex-deputado Eduardo Jorge precisa sofrer uma única atualização. “O texto original previa que em 2010 se iniciaria o parlamentarismo no Brasil. Ou seja, num final de mandato. Agora, tem que atualizar, marcando a troca do regime para 2018.”

Nas palavras de Freire, “não se pode correr o risco de que alguém fique dizendo que é golpe, que querem retirar poder da presidente Dilma. Vai ficar claro que só vale a partir de 2018. A questão é criar uma solução permanente para as crises, não tirar poderes de ninguém. Mesmo que a crise se aprofunde a ponto de viabilizar o impeachment, quem viesse saberia que teria de preparar o país para o parlamentarismo.”

A proposta de Eduardo Jorge prevê também que, se for aprovado, o parlamentarismo teria de ser submetido a um referendo popular. Para entrar em vigor, precisaria ser avalizado pela maioria do eleitorado. Nos próximos dias, vai-se saber, dependendo do grau de adesão à tese, se a crise é forte o bastante para sepultar o presidencialismo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Últimas Notícias

Screenshot_20250511_075233_WhatsApp
Salve o Dia das Mães
Screenshot_20250510_164254_Facebook
Luto - Heloisa Brasil da Silva
Screenshot_20250416_120604_Facebook
Luto - Paulo Afonso Ferreira
IMG-20250410-WA0078
Feijoada beneficente na Sede do Sinpetro
Screenshot_20250210_151638_WhatsApp
Hoje é o aniversario do nosso colega Francisco Airton Martins Procópio
Screenshot_20250314_174025_WhatsApp
Homenagem do Tribunal de Justiça de Rondônia, a sindicalizada, Maria Ivanilda de Andrade
Screenshot_20241208_210649_WhatsApp
Luto - David Barroso de Souza
Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza

Últimas do Acervo

Screenshot_20250510_164254_Facebook
Luto - Heloisa Brasil da Silva
Screenshot_20250416_120604_Facebook
Luto - Paulo Afonso Ferreira
Screenshot_20250317_110142_Chrome
Luto - Morre o Cel. Walnir Ferro
Screenshot_20250314_174025_WhatsApp
Homenagem do Tribunal de Justiça de Rondônia, a sindicalizada, Maria Ivanilda de Andrade
Screenshot_20250314_130349_Facebook
GUERREIRAS DA LEI: HONRA E CORAGEM DAS MULHERES POLICIAIS CIVIS
FB_IMG_1740562478358
HOMENAGEM "POST MORTEM" AO DR. JOSÉ ADELINO DA SILVA.
Screenshot_20250114_065730_Chrome
Quatro anos do falecimento do colega José Rodrigues Sicsu
Screenshot_20250111_050851_Gallery
Dois anos do falecimento do colega Dativo Francisco França Filho
Screenshot_20250103_061531_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega José Jorio Ismael da Costa
Screenshot_20250102_064454_Chrome
Um ano do falecimento do colega André Luiz Otto Barbosa

Conte sua história

Screenshot_20250314_130349_Facebook
GUERREIRAS DA LEI: HONRA E CORAGEM DAS MULHERES POLICIAIS CIVIS
20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular