Nesta quinta-feira (7), duas equipes da Polícia Militar do Paraná, Estado governado por Beto Richa (PSDB), acompanhadas de seguranças da empresa Araupel atacaram o acampamento Dom Tomás Balduíno, na região de Quedas do Iguaçu; dois sem-terra morreram e seis estão feridos; o MST ainda não divulgou informações exatas pois a polícia militar impede a aproximação de integrantes do movimento no local; o senador Roberto Requião (PMDB) criticou a ação: “Primeiro massacraram professores ,agora com arrogância e prepotência provocam mortes na Araupel. Desprezo pela vida e pelas pessoas. PARANÁ!”
247 – Nesta quinta-feira (7), duas equipes da Polícia Militar do Paraná, acompanhadas de seguranças da empresa Araupel atacaram o acampamento Dom Tomás Balduíno, na região de Quedas do Iguaçu, Centro do estado. Dois sem terra morreram e seis estão feridos – o número exato ainda não foi confirmado -, pois a polícia militar impede a aproximação de integrantes do Movimento Sem Terra no local.
O senador Roberto Requião (PMDB) criticou a ação. “Primeiro massacraram professores ,agora com arrogância e prepotência provocam mortes na Araupel. Desprezo pela vida e pelas pessoas. PARANÁ!”, publicou no Twitter.
Entidades do movimento social da região informaram ao Blog do Esmael que pistoleiros amparados pela Polícia Ambiental fizeram emboscada contra integrantes do MST.
Abaixo texto da página do MST sobre o ocorrido:
Na tarde dessa quinta-feira (7), duas equipes da Polícia Militar do Paraná, acompanhadas de seguranças da empresa Araupel atacaram o acampamento Dom Tomás Balduíno, na região de Quedas do Iguaçu, Centro do estado.
Até o momento existe a confirmação de dois mortos e aproximadamente seis feridos – o número exato ainda não foi confirmado -, pois a polícia militar está, nesse momento, impedindo a aproximação de integrantes do Movimento no local.
Histórico
O acampamento, localizado em uma área pertencente a empresa Araupel, está organizado com 2500 famílias, cerca de sete mil pessoas.
Os Sem Terra do local sofrem com constantes ameaças por parte de seguranças e pistoleiros da empresa, ameaças essas que contam com a conivência do governo e da Secretária de Segurança Pública do Estado.
Conflitos agrários no estado
Este cenário reflete parte do clima de tensão que nasce na luta pelo acesso à terra e contra a grilagem na região. O conflito tem relação com o surgimento de dois acampamentos do MST na região centro-sul do Paraná, construídos nas áreas em que funcionam as atividades da empresa Araupel, exportadora de pinus e eucalipto.
O primeiro acampamento, Herdeiros da Terra, está localizado no município de Rio Bonito do Iguaçu. A ocupação aconteceu em 1º de maio de 2014 e hoje abriga mais de mil famílias. Ali, elas possuem aproximadamente 1,5 mil hectares para a produção de alimentos.
O segundo acampamento, Dom Tomás Balduíno, cuja ocupação teve início em junho de 2014, possui 1500 famílias e fica na região de Quedas do Iguaçu. Ao contrário da outra ocupação, esta possui 12 alqueires de área aberta, sendo apenas 9 – cerca de 30 hectares – utilizados para o plantio.
Procurado, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou não poder se posicionar sobre o caso, já que trata-se de um acampamento, e não assentamento. Já a Ouvidoria Agrária Nacional informou que não tem informações sobre o caso, mas que está verificando o ocorrido.