Estadão
Redação
Pesquisa feita com deputados entre 24 e 26 de março mostra que 61% deles avaliam como ruim ou péssima convivência com Executivo.
Câmara vê piora na relação com Dilma
Doleiro confirma pagamento à agência ordenado por Lula e Gabrielli
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Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba
O doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato, confirmou em depoimento à CPI da Petrobrás, na manhã desta segunda-feira, 11, em Curitiba, que o Planalto sabia do esquema de corrupção na estatal e citou os nomes de dois ex-ministros do governo Dilma Rousseff (PT) – Idelli Salvatti (Relações Institucionais) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).
“Lembro que foi conversado com Idelli Salvatti e com secretário Gilberto Carvalho”, afirmou Youussef, ouvido pela primeira vez pela CPI, que se istalou em Curitiba, base da Lava Jato.
O doleiro citou deputados do PP em seu relato. “Em 2012 ou 2011 houve um racha no Partido Progressista e foi motivo de discussão entre líderes governistas, onde houve queda do Nelson Meurer. O Arthur de Lira assumiu a liderança do partido. Isso foi discutido tanto pelo líder Nelson Meurer como pelo Arthur de Lira e Ciro Nogueira, como foi discutido com Gilberto Carvalho e Ideli. Paulo Roberto Costa deixou claro que esse assunto teria que chegar através do Palácio a quem ele iria se reportar”, respondeu Youssef ao ser questionado pelo deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP).
Integrantes da CPI da Petrobrás desembarcaram em Curitiba para ouvir os depoimentos de 13 acusados de envolvimento no esquema de cartel e corrupção na Petrobrás, que estão presos. Entre eles os ex-deputados André Vargas (ex-PT, hoje sem partido), Pedro Corrêa (PP) e Luiz Argolo (ex-PP, hoje no SD). Youssef é o primeiro a ser ouvido nesta manhã de segunda-feira, por um grupo de 14 deputados federais da comissão, que tem audiências marcadas até amanhã.
Estão marcados para hoje os depoimentos do ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró e do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano ligados ao PMDB no esquema de loteamento político na estatal, que envolvia ainda PT e PP. de Mário Góes, de Guilherme Esteves e de Adir Assad, outros três lobistas acusados de operarem propina na Diretoria de Serviços – que era cota do PT – também estão nessa lista.
Amanhã serão ouvidos os depoimentos dos ex-deputados. Eles estão na carceragem do Centro Médico Prisional, na Região Metropolitana de Curitiba. Os interrogatórios serão realizados no auditório da Justiça Federal, em Curitiba. Um grupo de 14 deputados já estão na capital paranaense para início dos interrogatórios.