Funcionalismo: Corporações na política

WhatsApp
Facebook
Twitter

Tão importante quanto a eleição do próximo presidente da República é a escolha dos parlamentares que renovarão a Câmara dos Deputados e o Senado.

Não são pequenos os desafios que se impõem à próxima legislatura e os eleitores devem prestar muita atenção ao histórico e à agenda que os candidatos a cargos no Poder Legislativo pretendem levar para o Congresso Nacional.

Causa estranheza o recente lançamento da “Frente da PF”, movimento que pretende lançar 29 candidaturas ligadas à Polícia Federal (PF) para disputar as eleições legislativas de 2018, tanto no plano federal como no estadual. Atribui-se a iniciativa a um apelo positivo que a Operação Lava Jato exerceria sobre os eleitores.

O nome mais conhecido no rol de candidatos da “Frente da PF” é Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), escrivão da PF que foi eleito deputado federal na esteira do sucesso de seu pai, Jair Bolsonaro. Eduardo concorrerá à reeleição.

A priori, uma vez preenchidos os critérios de elegibilidade definidos pela Constituição e pela lei eleitoral, nada obsta que qualquer cidadão lance seu nome e suas ideias ao escrutínio da sociedade. Isso não impede, no entanto, que os cidadãos sejam alertados quanto aos riscos que certas candidaturas podem representar para o País. Candidaturas ligadas a corporações de Estado podem ser nocivas porque não será fácil dissociar os interesses das categorias que representam dos interesses da Nação. E nem sempre eles andam juntos. Não é à toa que, desde a “Polaca” de 1937, a organização política nacional repele a representação classista.

A sociedade brasileira foi de tal forma dividida ao longo dos pouco mais de 13 anos de lulopetismo que parte dela mal se vê, hoje, como “nação” na acepção clássica da palavra, ou seja, um conjunto de indivíduos que reconhecem um passado formador comum e comungam das mesmas aspirações em relação ao futuro. A próxima legislatura haverá de lidar com projetos que ajudem a reconstruir as pontes derrubadas pela cisão patrocinada pelo PT.

As contas públicas foram de tal forma desrespeitadas pela presidente cassada Dilma Rousseff que a recuperação fiscal do País irá demandar o esforço de, pelo menos, mais uma geração de brasileiros para voltar ao patamar anterior ao desastre de seu governo. A próxima legislatura terá sob sua responsabilidade projetos de suma importância para a reconstrução econômica do Brasil e para a criação de um ambiente seguro para investimentos, geração de empregos e de renda, retomando os tão sonhado crescimento econômico e desenvolvimento social.

Alguns desses projetos, embora absolutamente indispensáveis e inadiáveis, são bastante impopulares. É o caso da reforma da Previdência, da qual tanto o Executivo como o Legislativo não poderão se desvencilhar em 2019, sob pena de levar o País ao colapso.

Cabe questionar se essas tais “frentes” de representantes de corporações de Estado – há também as candidaturas de membros do Ministério Público (MP) – estarão empenhadas em legislar em prol das necessidades do País. Não custa lembrar que a mencionada reforma da Previdência sofreu forte resistência das corporações de servidores, já que, entre outros objetivos, ela se presta a acabar com muitos dos privilégios que criaram duas categorias diferentes de cidadãos brasileiros.

É evidente que a viabilidade de candidaturas políticas ligadas à PF ou ao MP está ligada ao anseio da sociedade em ver debelados, de uma vez por todas, os males da corrupção e da impunidade. Mas a pauta do combate à corrupção não deve se impor sobre outros tópicos da longa agenda de projetos nacionais com a qual o Congresso deve lidar. Mesmo porque tal combate é feito pelos órgãos de cumprimento da lei.

O Estado brasileiro não pode continuar refém dos interesses das corporações de servidores públicos. A sociedade tem no Congresso o locus para a defesa de seus interesses, acima de todos os outros. Lá devem prevalecer os interesses dos cidadãos que não fazem parte da estrutura do Estado.
Fonte: O Estado de São Paulo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Últimas Notícias

Screenshot_20241208_210649_WhatsApp
Luto - David Barroso de Souza
Screenshot_20241010_083144_WhatsApp
Nesta sexta-feira, café da manhã no Sinpfetro
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu
Screenshot_20240916_193205_Gallery
Luto - Mauro Gomes de Souza
Screenshot_20240804_200038_Facebook
BEE GEES E O BULLYING - Jair Queiroz
Screenshot_20240730_075200_WhatsApp
Nota de pesar - OLINDINA FERNANDES SALDANHA DOS SANTOS
Screenshot_20240718_121050_WhatsApp
Luto - Adalberto Mendanha
Screenshot_20240714_160605_Chrome
Luto - Morre Dalton di Franco
Screenshot_20240702_125103_WhatsApp
Luto - Cleuza Arruda Ruas
Screenshot_20240702_102327_WhatsApp
Corpo de Bombeiros conduz o corpo do Colega Jesse Bittencourt até o cemitério.

Últimas do Acervo

Screenshot_20250114_065730_Chrome
Quatro anos do falecimento do colega José Rodrigues Sicsu
Screenshot_20250111_050851_Gallery
Dois anos do falecimento do colega Dativo Francisco França Filho
Screenshot_20250103_061531_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega José Jorio Ismael da Costa
Screenshot_20250102_064454_Chrome
Um ano do falecimento do colega André Luiz Otto Barbosa
Screenshot_20241227_055417_Gallery
Um ano do falecimento de João Lins Dutra
Screenshot_20241020_205838_Chrome
Dez anos do falecimento do colega, Henry Antony Rodrigues
Screenshot_20241015_190715_Chrome
Oito anos do falecimento do colega Apolônio Silva
Screenshot_20241005_173252_Gallery
Quatro anos do falecimento do colega Paulo Alves Carneiro
Screenshot_20240929_074431_WhatsApp
27 anos do falecimento do José Neron Tiburtino Miranda
IMG-20240918-WA0281
Luto - Renato Gomes Abreu

Conte sua história

20220903_061321
Suicídio em Rondônia - Enforcamento na cela.
20220902_053249
Em estrada de barro, cadáver cai de rabecão
20220818_201452
A explosao de um quartel em Cacoal
20220817_155512
O risco de uma tragédia
20220817_064227
Assaltos a bancos continuam em nossos dias
116208107_10223720050895198_6489308194031296448_n
O começo de uma aventura que deu certo - Antonio Augusto Guimarães
245944177_10227235180291236_4122698932623636460_n
Três episódios da delegada Ivanilda Andrade na Polícia - Pedro Marinho
gabinete
O dia em que um preso, tentou esmurrar um delegado dentro do seu gabinete - Pedro Marinho.
Sem título
Em Porto Velho assaltantes levaram até o pesado cofre da Padaria Popular
cacoal
Cacoal nas eleições de 1978 - João Paulo das Virgens