O ministro Gilmar Mendes determinou nesta sexta (21) que a Procuradoria Geral da República apure eventuais crimes relacionados à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff; segundo ele, há “vários indicativos” de que a campanha e o PT foram financiados por propina desviada da Petrobras; “Há vários indicativos que podem ser obtidos com o cruzamento das informações contidas nestes autos de que o PT foi indiretamente financiado pela sociedade de economia mista federal Petrobras. Somado a isso, a conta de campanha da candidata também contabilizou expressiva entrada de valores depositados pelas empresas investigadas”, afirma
247 – O ministro Gilmar Mendes determinou nesta sexta-feira (21) que a Procuradoria Geral da República apure eventuais crimes relacionados à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, há “vários indicativos” de que a campanha e o PT foram financiados por propina desviada da Petrobras.
“Há vários indicativos que podem ser obtidos com o cruzamento das informações contidas nestes autos (…) de que o PT foi indiretamente financiado pela sociedade de economia mista federal Petrobras [o que é proibido pela lei]. (…) Somado a isso, a conta de campanha da candidata também contabilizou expressiva entrada de valores depositados pelas empresas investigadas”, afirma Mendes.
Entre os elementos da Operação Lava Jato usados pelo ministro está trecho da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa em que ele afirma ter doado R$ 7,5 milhões do esquema para a campanha de Dilma em 2014.
Segundo informações somadas pelos técnicos do TSE, empresas sob suspeita de participar do esquema doaram R$ 172 milhões ao PT entre 2010 e 2014.
Mendes aponta que parte desses valores suspeitos foram transferidos para a contabilidade da campanha de Dilma.
“Durante a campanha presidencial, além das doações (…) repassadas pelo partido político, a candidata recebeu expressivas doações das empresas investigadas, no valor total de R$ 47,5 milhões”, segue o despacho.
Mendes também pede investigação sobre despesas que ele considerou suspeitas da campanha de Dilma, entre elas os gastos declarados para a empresa Focal. “Assim, tenho por imprescindível dar conhecimento às autoridades competentes sobre os indicativos da prática de ilícitos eleitorais e de crimes de ação penal pública”, afirma Mendes, que determina apuração pela Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal e Corregedoria-Geral Eleitoral.
As contas da campanha à reeleição de Dilma foram aprovadas no ano passado, mas Mendes determinou na ocasião que as autoridades continuassem investigando suspeitas de ilícito.