O governo conseguiu engordar os cofres públicos com R$ 46,8 bilhões arrecadados com a repatriação de dinheiro no exterior, mas terá que gastar pelo menos R$ 59,8 bilhões, até 2019, para custear os reajustes concedidos ao funcionalismo este ano. O impacto poderá chegar a R$ 71,4 bi, se outros dois projetos de aumento — já aprovados em comissões especiais da Câmara — forem aprovados no Congresso.
Sob a justificativa de que há previsão orçamentária, o governo tem dado o aval aos dois projetos, mas aliados ressaltam a incoerência de defender reajustes diante do esforço de aprovação da PEC que limita o teto de gastos. Para conseguir avançar na pauta do ajuste fiscal, Temer usa a tática de manter sob controle categorias que ameaçam fazer greve.
Os primeiros 11 projetos aprovados tiveram o aval do Congresso e do governo Temer ainda no período de interinidade e antes da votação do impeachment. Os dois que ainda estão tramitando — enviados em julho deste ano — beneficiam carreiras importantes e sensíveis do funcionalismo, como a Polícia Federal e auditores e analistas da Receita Federal.
O senador Ricardo Ferraço (PSB-ES), que deu parecer contrário ao reajuste dos ministros do Supremo na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, critica a aprovação de novos aumentos, com o aval do governo. Segundo ele, a questão não é discutir a importância das categorias, mas levar em conta o momento de crise econômica.
— Estamos votando a PEC do teto de gastos, não é momento de dar aumentos. É coisa absolutamente contraditória, um sinal trocado. Será que o que está acontecendo no Rio não é suficiente para o Congresso ver que temos que dar um freio de arrumação? — criticou Ferraço.
Notícia retirada do Portal do Servidor Federal: http://www.servidorfederal.com/2016/11/governo-gastara-r-60-bi-ate-2019-com.html#ixzz4Ps6fzs3V